Petismo. Lógica das correntes indica que Alexandre Bento continuará presidente do PT. Mas…
A política de correntes internas do PT torna as eleições partidárias muito previsíveis. Assim tem sido ao longo dos 28 anos da sigla. Há uma tamanha identidade entre os militantes e suas tendências, que a possibilidade de uma zebra é sempre remota. Tanto que, até onde sei, eleições internas equilibradas houve, mas sempre na proporção da correlação de forças intestinas.
Assim, por exemplo, nas prévias que definiram Tarso Genro como candidato a governador, contra Germano Rigotto, há cinco anos. O equilíbrio, que deu diferença mínima ao vencedor, contra o então governador Olívio Dutra, se deu na exata medida das correntes que se alinharam a um ou outro.
Trazendo para o presente, é exatamente a correlação entre o tamanho dos grupos que apóiam Ricardo Berzoíni e os que chancelam os demais candidatos a presidente nacional do PT que tornam o atual dirigente o favorito. Essa situação só mudará, e ainda assim não é tão provável assim, se todos os demais candidatos (e correntes) se unirem contra ele. Do contrário, Berzoíni (que reúne os que assinam o documento Construindo um novo Brasil, que tem entre os signatários o ex-presidente e ex-ministro José Dirceu) terá mais de 50% dos votos. Talvez ainda no primeiro turno.
E em Santa Maria? Pois, aqui, as correntes que apóiam Alexandre Bento (Força Cidadã, PT Amplo, Democracia Socialista, Unidade na Luta, apoiadores de Werner Rempel) são, juntas, majoritárias na agremiação. E é isso que deverá dar a vitória ao atual presidente. Que disputa o cargo contra Dionizio Kuchinski (Solidariedade na Luta, Movimento PT, e apoiadores dos vereadores Jorjão, Fort e Loreni) e Cristiano Schumacher (Articulação de Esquerda).
Essa é a lógica petista. Que nenhum debate, e eles devem ser vários, até a data do pleito, deverá desmentir. Bem. Se isso acontecer, será inédito. O que não deixa de ser um fato saboroso, para quem analisa a política interna dos partidos. E que tem data marcada para ser resolvida: 2 de dezembro. Se não houver segundo turno – que, acontecendo, será em 16 do mesmo mês.
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