Haroldo Pouey e seu trabalho árduo para tentar conciliar o (aparentemente) inconciliável

São muitas as feridas abertas no processo que culminou com a eleição, pelo Diretório eleito em convenção, domingo, de uma nova Executiva para o PMDB de Santa Maria.

O presidente eleito, Haroldo Pouey, convocou reunião dos executivos para esta terça-feira. E, segundo entendi da conversa rápida que mantive com ele, no início da noite desta segunda, na TV Pampa, onde o dirigente concedeu entrevsita, não lhe faltam boas intenções. O que não se sabe é se isso será suficiente para garantir um mínimo de tranquilidade ao partido que, hoje, está em completa ebulição – e não daquelas ditas saudáveis, mas, antes, transbordando de ressentimentos.

Certo ou errado, justo ou injusto, as baterias todas se voltam contra Tubias Calil. O jovem vereador personifica a posição segundo a qual os “históricos” tenham que ser afastados. E mais: todos, senão ele, Tubias, precisam ser impedidos de concorrer à Assembléia Legislativa com o apoio oficial do PMDB de Santa Maria. Repita-se: certo ou errado, justo ou injusto, essa é a sensação que permeia a totalidade das manifestações dos derrotados na convenção dominical.

O curioso é que, até onde se sabe, não é necessário o “apoio oficial” do PMDB santa-mariense para concorrer. Tanto que, veja só, há a possibilidade concreta de que o partido, em Santa Maria, tenha pelo menos outros cinco candidatos. A maior parte deles, inclusive, se apresentaria exatamente para combater Tubias, prejudicando o “companheiro” de partido, agora atacado.

E por que não é necessário o referendo local? Porque os outros cinco pretendentes serão naturalmente apresentados por outras instâncias partidárias. A saber:

Antonio Carlos Jordão, Delegado da Receita Estadual, apresentado por Jaguari, onde foi prefeito duas vezes, e outros municípios da fronteira oeste;

Walmir Dressler, Coordenador Regional de SAúde, indicado por São Pedro do Sul, onde foi prefeito, e outros municípios da região;

Luiz Celso Giacomini, Presidente da Fundergs, sugerido por municípios da região da Quarta Colônia e por setores esportivos; Cláudio Rosa, indicado diretamente pelo Diretório Regional. E se lhe faltar isso, o que é improvável, apresentado pela Juventude Estadual do PMDB; e Sérgio Severo de Medeiros, apresentado por setores ligados à Brigada Militar, de onde é oriundo, como reformado que é na função de Tenente Coronel.

Como se vê (e escrevi isso na coluna Observatório, sábado, e se você voltar um pouco a tela encontrará o texto Vitória de Pirro), o que não faltará a Tubias, se tudo isso se confirmar, é adversários locais. E mais: vários deles apenas, em função dos últimos acontecimentos, para “prejudicar” o suposto candidato “oficial”. Ou alguém tem dúvida que, por menos que façam, os votos desses cinco possíveis pretendentes serão tirados de onde? Não será de eleitores de outros partidos, certamente.

Como se percebe, não faltará trabalho ao presidente peemedebista eleito domingo. Pouey terá que agir, e muito rápido, no sentido de conter a debandada. Não formal, mas objetiva, com certeza.

A PROPÓSITO: por que não consigo acreditar, por mais que me esforce, que Tubias Calil seja o líder efetivo de todo esse processo de afastamento de algumas figuras importantes no PMDB? Por que, diabos, por mais que ponha o bestunto a trabalhar, me é impossível crer que o jovem parlamentar seja capaz de tamanha articulação, tantos incômodos, tudo levando à divisão partidária? Será que não consigo perceber o alcance da artimanha e, de fato, Tubias Calil é portador de todo esse “maquiavelismo” que lhe querem impor?
Bem, perdoam por pensar, mas me é impossível supor tanta sapiência política. Quanto mais não seja, porque ele não tem a experiência de um, apenas para exemplificar, não mais que isso, Cezar Schirmer, este sim, capacitado e experiente o suficiente para imaginar estratégias de longo prazo. Mas, como se sabe, Schirmer nem esteve em Santa Maria e pouco ou nada teria participado do processo. Logo, devo estar mesmo completamente equivocado e tudo saiu da cabeça de Tubias. Deve ser.
Eu é que sou desconfiado por natureza. Desculpa!