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Análise. Ok, o PMDB tem cinco ministérios. Mas isso apenas consolidou as divisões internas

Então, tá. O peemedebismo tem uma presença no Governo Federal que só foi maior ao tempo em que José Sarney, que aliás é do PMDB, foi o Presidente da República. E que a liderança peemedebista estava nas mãos de ferro e na capacidade de aglutinação de Ulysses Guimarães. Estamos falando, aqui, de duas décadas atrás. Depois disso, bem… Ao partido coube apenas o papel de coadjuvante. Eventualmente próximo, mas nunca no centro do Poder.

 

Pois agora isso está acontecendo outra vez, incrivelmente sob as bênçãos de Luiz Inácio Lula da Silva, do PT. São nada menos que cinco ministérios já confirmados. E um sem número de cargos no segundo e terceiro escalões, que ainda são negociados. Mas há, com toda a certeza, espaço a ser ocupado.

 

Aqui mesmo, no Rio Grande do Sul, não obstante o, digamos, silêncio obsequioso da agremiação, existem postos importantes que, a despeito da contrariedade (?) petista, serão inevitavelmente ocupados pelo PMDB. Coisa que, se alguém dissesse isso em público há dois meses corria o sério risco de ser espinafrado. Pois é…

 

Mas, toda essa situação, com a presença efetiva no Poder e a consolidação do PMDB como o principal parceiro do PT e de Lula no governo de coalizão significa que, enfim, a sigla está unida? Na-na-ni-na-não! Nããão? Não, com certeza não. E quem escreve por que é o jornalista Fernando Rodrigues, da Folha de São Paulo, em sua página na internet. Confira:

 

“Reforma ministerial: PMDB consegue 5 pastas,
mas continua mais fatiado do que nunca esteve

 

De ontem para hoje, quando ficou claro que haveria 5 almas filiadas ao PMDB na Esplanada dos Ministérios, passou-se a dizer que o partido era o grande vitorioso, que esse ou aquele peemedebista se deram bem. Menos, menos, menos.

Há duas formas de analisar a reforma ministerial de Lula para o PMDB. Uma delas é numérica: haverá 5 ministros filiados ao PMDB. OK. Mas é necessário olhar debaixo dessa superfície aritmética.

 

Dois ministros continuam sendo os que já estavam por lá: Silas Rondeau (Minas e Energia) e Hélio Costa (Comunicações). Rondeau é uma indicação direta do senador José Sarney (AP). Hélio Costa, senador por Minas Gerais, é outro que representa os interesses da turma da Câmara Alta brasileira. Sem novidades aí, portanto.

 

Haverá também os seguintes novos ministros peemedebistas: Geddel Vieira Lima (Integração Nacional), Odílio Balbinotti (Agricultura) e José Gomes Temporão (Saúde). Quem são os 3 novos? São indicações diretas da cúpula peemedebista? São políticos com ligação direta com a bancada de cerca de 90 deputados do PMDB? A resposta é complicadíssima.

 

Geddel Vieira Lima (eleito pela Bahia) é um deputado importante no establishment peemedebista. Mas sua indicação deveu-se, em grande parte, ao empenho do governador da Bahia, o petista Jaques Wagner – até agora o preferido de Lula para a sucessão de 2010.

 

Geddel participou ativamente da campanha de Wagner em 2006. Foi fundamental para que o PT derrotasse o carlismo na Bahia. Continuará sendo vital para que os petistas sigam em alta em solo baiano. Virou ministro. Vai atender aos pedidos de deputados na cadeira de ministro? Sim, certamente, mas seu poder derivará muito do binômio Lula-Wagner e menos da capacidade de imposição da cúpula peemedebista.

 

O deputado Odílio Balbinotti, do Paraná, não era o nome preferido de Michel Temer. O presidente nacional do PMDB quis empurrar para Lula os deputados Eunício Oliveira (CE), Fernando Diniz (MG) e Waldemir Moka (MS).

 

E mais: Balbinotti, sendo do Paraná, serviu para Lula se recompor um pouco com o governador daquele Estado, Roberto Requião, que era contra a reeleição de Michel Temer para presidir o PMDB. Tanto é que Lula ligou para Requião antes de escolher Odílio Balbinotti para ministro da Agricultura. E quem deu a notícia para o deputado de que ele tinha virado ministro? Lula? Não. Michel Temer? Não. Quem deu a notícia foi…”

 

SE DESEJAR ler a íntegra clique aqui.

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