O que mais tem se lido (e a nota anterior, logo abaixo, é um bom indicativo) sobre o enrosco Demo são as futricas em torno da saída de Gilberto Kassab (e talvez a senadora Kátia Abreu, por exemplo) e quem ele conseguir levar para um “partido-dormitório” – para ver, mais adiante, como se acomoda o quadro.
Não se tem lido muito, porém, sobre os porquês. Afinal, Kassab é o que, antigamente, se chamaria um homem “de direita”. Por isso, inclusive, está no DEM – e não noutra sigla. Pois bem, agora encontrei uma análise exatamente sobre as causas. E ela é óbvia: o demismo está agonizando. Não exatamente ele, mas o que representa. E a consequência é obvia: faltam votos. É justamente o que precisa um político para sobreviver. Daí Kassab querer se mandar do DEM. Ele precisa de apoio do eleitor – que tem faltado hoje. E muito.
O autor da avaliação, parcialmente resumida acima (e talvez até não totalmente correta – você é que vai decidir), é o ótimo Paulo Moreira Leite, colunista da revista Época. Vale a pena conferir, a seguir:
“Drama do DEM é o eleitor
A ruptura de Gilberto Kassab com o DEM é bem maior do que um lance de opereta em nossa estrutura partidária. Representa uma nova demonstração das dificuldades do nosso conservadorismo político para exibir uma verdadeira base popular em nosso país. Este drama é antigo, ainda que possua rostos novos.
Kassab não vai embora do DEM porque discorda das idéias de Agripino Maia ou Rodrigo Maia mas porque a sigla deixou de lhe oferecer perspectivas eleitorais. O prefeito de São Paulo sonha em concorrer ao governo do Estado em 2012 mas não poderá fazer isso se permanecer numa legenda que não parou de perder oxigênio desde que perdeu seu maior alimento político – o regime militar.
Por vias tortuosas, que ainda não estão inteiramente claras, Kassab se afasta do DEM e procura abrigo na grande árvore do governo Dilma. Por quê? Porque tem certeza de que nessa companhia terá oportunidades melhores para ganhar votos. Pela mesma razão, nos últimos meses o prefeito de São Paulo gosta de lembrar as preocupações sociais de sua administração…”
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Vale a leitura e a reflexão. A análise talvez tenha validade para os dois extremos do espectro político.
E aproveitando o espaço sugiro aos frequentadores do site o documentário “Trabalho Interno” (Inside Job).