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Dois pesos e… Pra não dizer que não falei em mensalões. No do Lula. E também no do FHC

Que ninguém fique chateado. Não lembro de ter falado muito sobre a história do mensalão do Lula. Entre outras coisas por que, até agora, não há condenados – exceto politicamente, o que é grave, é muito, mas não é definitivo.

 

Em todo caso, para não dizerem que não falei em mensalões (é, tem também o do FHC), fico com a opinião de alguém que falou muito no anterior, e meteu um cacete e tanto. Mas não se recusa a falar do outro. Refiro-me a Ricardo Noblat. Confira o que ele escreve, de forma absolutamente independente (posso não concordar sempre com ele, mas reconheço isso, o que é muito – em se tratando da nossa mídia gloriosa). A seguir:

 

“Mensalão mineiro. E aí? O que disse Azeredo ficará por isso mesmo?

 

Vem cá, gente. Fêz-se o maior barulho em torno da possível participação de Lula no escândalo do mensalão. Eu mesmo, por aqui, contribuí para o barulho. E ninguém me convence de que Lula não sabia. José Dirceu, por exemplo, disse e repetiu que jamais fez qualquer coisa sem que Lula soubesse. Delúbio Soares, um dos operadores do mensalão, era homem de confiança de Lula, não de Dirceu. Escondia cigarrilhas para ele e pelo menos uma vez se hospedou na Granja do Torto.

 

Mas nenhum dos acusados pelo mensalão dedou Lula. Nem Roberto Jefferson até ser cassado. Duda Mendonça, o marqueteiro da campanha de Lula, confessou que recebera dinheiro de Caixa 2 no exterior. Fez questão de ressaltar que o dinheiro pagou campanhas que ele fez para o PT – a de Lula não. Tudo bem que se duvide do que ele afirmou. O fato é que o Procurador Geral da República denunciou quarenta pessoas, mas não denunciou Lula.

 

Bem, na semana passada o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), enrolado com o escândalo do Caixa 2 que financiou sua campanha à reeleição para o governo de Minas em 1998, abriu o bico e contou que parte do dinheiro arrecadado serviu para bancar despesas da campanha de Fernando Henrique Cardoso, aspirante a um segundo mandato de presidente. Não foi uma secretária, um motorista, um desafeto de FHC quem disse isso. Foi um correligionário de peso dele. E aí? E aí?

 

Aí o assunto não rendeu muito até aqui. A essa altura, o mundo deveria estar desabando na cabeça de Azeredo e de FHC. E deveria ter sido aberta a temporada de caça a testemunhas, documentos e indícios capazes de sustentar ou de desmentir a grave revelação feita por Azeredo. Do contrário se dirá que a mídia trata diferentemente dois suspeitos de terem se beneficiado de crimes parecidos – Lula e FHC. É claro que nem a Lula interessa a investigação do caso do mensalão mineiro.

 

Tem um ministro de Lula envolvido no caso – Mares Guia, das Relações Institucionais. Há vários deputados, alguns do PT. E o governo precisará da ajuda do PSDB para aprovar no Senado a CPMF. Não quer ouvir falar de confusão. Mas crime é crime. E assim como o mensalão federal, o mineiro alimentou-se também de desvio de dinheiro público. E alcançou um maior número de pessoas e de partidos. Sinto muito, mas o distinto público tem o direito de saber tudo a respeito.”

 

SUGESTÃO DE LEITURA – confira aqui, se desejar, outras notas publicadas pelo jornalista Ricardo Noblat.

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