Minas e Energia. PMDB leva o ministério. Mas controle das empresas ficará mesmo é com Dilma

E tem quem ache que Luiz Inácio Lula da Silva é um néscio. Um bocó, em linguagem mais popularmente gaúcha. A parte o fato de ninguém ser presidente da República de graça, o que torna o termo uma agressão, a verdade é que Lula mostra ser exatamente o oposto. Isto é, ele sabe que precisa do apoio do PMDB do Senado. Não o terá todo, por certo. Escolheu quem pode ajudá-lo, nos embates parlamentares. E, a estes, entregou um ministério poderoso. No caso, Minas e Energia.

Vai ocupar a cadeira principal, segundo todos os indicativos, o senador Edison Lobão (que já foi da Arena, do PFL, do DEM e, por obra e graça do padrinho, José Sarney, agora é do PMDB). O maranhense, claro, indicará um bocado de gente para cargos ministeriais. Alguns de bom calibre, outros de ótimo. E se fará contente uma parcela peemedebista afinada com o governo.

No entanto, quem pensa que Lula é o tal tolo, mais uma vez cai do cavalo. As “jóias da coroa”, ou do ministério agora entregue ao PMDB, estas ficarão sob controle estrito do chefe, representado pela ministra chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Nada de Eletrobrás, Petrobrás e outros “brás” ficarem sob o comando da dupla Lobão-Sarney. Nada disso. Aí, não. Quem manda é o Presidente. E quem dirige é Dilma.

Sem falar, no caso do setor elétrico, que o governo não pode correr o risco de enfrentar um eventual apagão (por enquanto apenas assunto para setores da oposição e da mídia grandona – e da que se acha) sem ter o absoluto controle da situação. Mas, que ninguém se preocupe. O PMDB do Senado vai ficar faceiro, mesmo sem as “brás”. Não faltarão cargos para amansá-los.

SUGESTÃO DE LEITURA – confira aqui a reportagem “Crise energética dá poder a Dilma e PMDB perde indicação de estatais”, de Cida Fontes, n’O Estado de São Paulo.