Claudemir PereiraJornalismo

JORNALISMO. Santa Maria, cidade de intocáveis. As dificuldades impostas a quem quer ser independente

Preliminar. O gatilho (com o perdão da expressão) para este texto (e os que o leitor vai conferir logo em seguida) é uma mensagem via celular, recebida pelo editor, no final da tarde de 5 deste mês, uma terça-feira. Configurava-se não necessariamente uma ameaça. Mas clara chantagem emocional.

Ali, naquele preciso instante, o que você lerá a seguir começou a ser gestado. Talvez, se fosse redigido e publicado antes… Bem, hipótese é para trabalho acadêmico. Aqui, do que se trata é de jornalismo. E de opinião. Ah, e o teor da mensagem será preservado, pois que envolve pessoas que merecem a devida proteção. Mas, saiba, leitor, é conhecido e foi informado a quem deveria dele saber.

Agora, ao que interessa.

Este editor tem 30 anos e meio de profissão. E muito orgulho dela, embora, por conta de fatos recentes, chegou a imaginar seriamente a possibilidade de mudar de ramo. Uma livraria, foi a hipótese aventada em família. Logo descartada porque, como se sabe, e a história está cheia de exemplos, livro também pode ser um problema. Uma quitanda, quem sabe. Ou até a horticultura, dado o passado milenar da porção italiana da família.

Não é algo a ser eliminado. Mas fica para o futuro. A hora, agora, é outra. Aproveitar a oportunidade para dizer o quão difícil é fazer jornalismo independente em Santa Maria. E até pode ser perigoso. Para o corpo, mas sobretudo para o cérebro e até o coração. Ainda assim, não chegou a hora da desistência. Ao contrário, há gente ávida por informação de qualidade, opinião (e não palpite) e análise de conteúdo – e não só da manchete. Algo que, sem modéstia (que, pelo menos a falsa, não está no repertório deste editor), neste espaço se procura fazer há quase oito anos, e no jornal, no rádio ou na televisão (por curto período), se pratica há três décadas. Com absoluta honestidade profissional.

O que o editor quer dizer, e está medindo as palavras, para colocá-las no tom mais preciso possível, é que esta cidade absolutamente maravilhosa, de gente linda, fantástica, e que o acolhe há três décadas e meia e mais um pouco, é também a Santa Maria “dos intocáveis”. Daqueles sobre os quais não se deve opinar ou escrever, embora sejam pessoas públicas. Nem mesmo quando os documentos são públicos, e verdadeiros, o sujeito está livre da patrulha. Quando não da crítica aberta e nem sempre muito honesta. Sem falar de eventuais ameaças. Atenção: isso vale para a política, especialmente, mas também para qualquer outro fato que mereça a consideração jornalística. Vale apenas elogiar. Mesmo que falsa e hipocritamente.

Tenta escrever algo que contrarie um ou outro do grupo, que é grandioso. Tenta, e verá o que acontece. Nesta fantástica e querida Santa Maria da boca do monte, tudo vale como argumento para tolher o trabalho mais independente. “Bah, o cara está muuuito brabo, e até pensa em processá-lo” – ouviu o editor, não faz muito. Abrir parênteses. Este profissional jamaaaaais foi processado por coisas que tenha dito ou escrito. E se orgulha disso. Houve várias tentativas, mas nenhuma concretizada – afinal, a justiça não é fofoqueira, nem dada a intrigas, mas a fatos. E estes foram sempre respeitados pelo jornalista. Fechar parêntese.

(Na sequência, em texto posterior, você encontrará exemplos desse tipo de atividade corriqueira: constranger o profissional)  

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3 Comentários

  1. Tenho que repudiar qualquer forma de afronta a liberdade de expressão. Todavia, Jaci tem razão de que muitas vezes este próprio sitio não permite opiniões contra intocáveis, principalmente, de alguns intocáveis que tomam cafézinho com o editor e continuam ganhando os mais altos salários da Câmara de Vereadores, mesmo sem passar dias sem colocar os pés no parlamento ou vocês acham que os cargos de Mesa da Câmara cumprem horário e não possuem outras atividades em horário de expediente?

  2. Concordo com o texto, porem diversos comentarios de Jaci Borreau nao foram postados, principalmente quando tratavam sobre os intocáveis. (NOTA DO SÍTIO – o leitor viu algum nome de intocável escrito em quaisquer dos textos? Tem ideia de por que o editor nunca foi processado, embora tenha sempre dado o seu recado? E que não pretende ser, por denúncias que não se pode provar? Bem, talvez não consiga responder a quaisquer dessas perguntas. Mas, se souber, entenderá a razão dos vetos. Ah, e a democracia tem regras. Este sítio também. E são conhecidas de todos.)

  3. Acabei de ler,e li novamente,e confesso…não entendi.
    Ou entendi muito bem???
    Meu amigo, dos cafézinhos sábados pelas manhãs na Carber’s… lembra que esta nossa cidasde ainda tem muita gente boa. Tipo Serginho Almeida,Pauo Cecim,Renato Lenz,Romulo Costaber,o Serro,o Fabiano Pereira e tantos outros q tu conece e sabe q quando precisar estarão “conosco”. Por enquanto é isso. Não te cala.Alguem te lendo e sabendo q a tua opinião é muito imkportane pra nossa cidade amada. Abraço, Serginho.

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