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Assembléia com menos de 100 professores mantém a greve na UFSM e se torna permanente

Está no primeiro parágrafo da nota divulgada pela Assessoria de Imprensa do sindicato docente. Foram 98 os participantes da assembléia de hoje – ante os 137 que, há 10 dias, decidiram deflagrar o movimento paredista na UFSM.

É, convenhamos, pouco, muito pouco, embora o esforço das lideranças – que têm todos os motivos para demonstrar descontentamento. No entanto, não fazem isso. E têm lá suas razões. Uma delas é a justeza das reivindicações.

Mas há problemas, óbvios problemas para mobilizar o professorado. Nada, claro, que não fosse conhecido. Em todo caso, a impressão que passa é que a aposta é na mobilização nacional – não local. Aqui, hoje, foi rejeitada a proposta feita pelo MEC, que parcialmente antecipei na manhã desta terça-feira.

E, assim, a greve continua. E, agora, a assembléia tornou-se “permanente”. Leia, abaixo, a notícia distribuída aos meios de comunicação pelo Sedufsm, através de sua assessoria de imprensa: Docente rejeita proposta do MEC
que altera gratificação só em 2006

A proposta encaminhada em documento pelo Ministério da Educação ao Andes-Sindicato Nacional, Associação Nacional dos Reitores, SBPC e Proifes, apresentada na assembléia dos docentes ocorrida na tarde desta terça, no Auditório Gulerpe, foi rejeitada por unanimidade entre os 98 presentes.
A proposta consiste em três pontos básicos: a) Aumento de 50% dos atuais percentuais de titulação, a partir de janeiro de 2006; b) Estabelecimento de um cronograma de incorporação da Gratificação de Atividade Executiva (GAE); c) Transformação do atual Grupo de Trabalho, que inclui as entidades citadas e mais o MEC, em GT Carreira, que elaboraria uma proposta de reestruturação da carreira do magistério superior que contemplaria, dentre outros, a criação da classe de professor associado.
Para o presidente da SEDUFSM, professor Carlos Pires, essa proposta foi apresentada depois de mais de um ano em que o governo “empurrou com a barriga” a negociação. E, ao apresentá-la, não atendeu minimamente as expectativas dos professores, pois além de jogar para a frente qualquer alteração nos salários e na incorporação das gratificações, não toca em pontos como a contratação de professores para as vagas em aberto nas Instituições Federais de Ensino. A pauta docente protocolada junto ao MEC consiste em:
a) Reajuste de 18% como parte de recomposição salarial;
b) Incorporação da GED e da GEAD, com equiparação pelos seus valores mais altos e da GAE, com paridade e isonomia;
c) Retomada dos anuênios;
d) Implementação imediata da classe especial e da classe de professor associado;
e) Abertura imediata da discussão em torno da carreira única para os docentes das IFE, envolvendo o MEC, o ANDES-SN e o SINASEFE, com definição de calendário de trabalho com prazo para conclusão que anteceda o 25º Congresso do ANDES-SN;
f) Realização de concursos públicos para reposição de todas as vagas nas IFES.
SUBSTITUTOS – O fato de os professores substitutos poderem ou não fazer greve acabou sendo pautado durante a assembléia. Alguns defenderam que esse segmento precisa ser melhor preparado e que a UFSM deve investir na qualificação deles. Opiniões diferentes também foram manifestadas, segundo as quais, o substituto é um quadro temporário e, que, a luta do Movimento Docente é pela realização de concursos e não pelo uso desses professores como mão-e-obra barata. Um participante da assembléia chegou a se dizer preocupado com o fato de substitutos supostamente estarem sendo usados para cobrir ausências de técnico-administrativos em greve.
O tema “Feira das Profissões” também acabou sendo debatido. Conforme o professor João Eduardo Pereira, o Comando de Greve Docente deveria convencer coordenadores de cursos para que não participassem do evento. Segundo ele, a realização da Feira é “contraproducente” à greve.
Em relação à manutenção das aulas por parte de alguns professores, o diretor da SEDUFSM, Diorge Konrad, afirmou não entender porque alguns docentes pararam de dar aula na graduação e não pararam na pós-graduação.
Manifestando bastante indignação, o professor Joel Abílio dos Santos, disse considerar uma “vergonha que existam professores que continuem dando aula sem biblioteca, sem laboratórios, sem as mínimas condições de ministrar uma aula de qualidade”.
A assembléia desta terça definiu ainda por declarar-se em “assembléia permanente” e, também, por ampliar os professores que integram o Comando de Greve. Conforme relato do presidente da SEDUFSM, Carlos Pires, existem 23 universidades em greve e a perspectiva é de que mais 10 instituições possam aderir até o final desta semana.

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