Acabou a vida mansa da Prefeitura na Câmara – se é que algum dia ela foi assim

Reportagem do jornal A Razão, assinada pela jornalista Elisa Pereira, nesta quarta-feira, mostra as dificuldades do Executivo em relacionar-se com o Legislativo. Pelo menos quanto a dois projetos: um foi retirado e outro sequer foi apreciado nesta terça, na última sessão deliberativa do ano, como esta página informou ainda nesta noite.

Confira, a seguir, o texto publicado em A Razão:

“Derrota do Executivo na Câmara
Os dois principais projetos de interesse do governo municipal não foram votados pelos vereadores ontem
A lua-de-mel do governo municipal com o Legislativo de Santa Maria acabou antes do final do ano. Ao contrário do que vinha acontecendo em 2005, ontem o Executivo sofreu uma dupla derrota na Câmara. A administração municipal não conseguiu ver aprovados os dois principais projetos de seu interesse, o que cria a Contribuição de Iluminação Pública (CIP) e o que estabelece o convênio entre Prefeitura e a Cacism para implantação e gerenciamento do Centro de Eventos e do Parque Municipal. Ambos sequer chegaram a ir a votação.
O projeto da CIP foi retirado da pauta pelo líder do governo, Vilmar Galvão (PT), que adotou a estratégia ao sentir que a proposta seria rejeitada em plenário. A retirada ocorreu quando a criação da contribuição já estava sendo discutida pelos vereadores e três deles haviam ocupado a tribuna para tratar do assunto. Tubias Calil (PMDB) e Isaías Romero (PDT) usaram o microfone para se posicionar contra a implantação da taxa de iluminação pública no município e Loreni Maciel (PT) para justificar o porquê era favorável.
O quarto a falar foi Vilmar Galvão. Apesar de ressaltar a importância do projeto para resolver o problema de pagamento da iluminação pública da cidade, o líder do governo reconheceu que o esforço da bancada do PT estava se mostrando insuficiente para aprovação da matéria. “Como não queremos queimar cartuchos, estamos retirando o projeto para em um outro momento construirmos juntos a alternativa mais viável para Santa Maria”, afirmou. Mais tarde, ele disse à imprensa que a decisão foi tomada após terem sido consultados o prefeito Valdeci Oliveira, que está em Brasília, e o vice-prefeito Werner Rempel. O recuo significou na prática uma derrota, pois a CIP só poderá voltar a ser discutida na Câmara em 2006. Caso seja aprovada no próximo ano, a contribuição para custeio da iluminação pública apenas entrará em vigor em 2007.
Também fracassou a tentativa do governo municipal de incluir na pauta da última sessão plenária deliberativa do ano o projeto do Centro de Eventos. A intenção era que a proposta recebesse ontem parecer na Comissão de Constituição e Justiça e fosse levada a plenário, por acordo dos líderes…”

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