Raposa no galinheiro. O caso do artigo (não publicado) de deputado e a perda da credibilidade
É cada vez mais imperdível a coluna Circo da Notícia, assinada pelo experimentado (e com passagem, inclusive em cargos de chefia, por vários veículos da mídia grandona) jornalista Carlos Brickmann, no site especializado Observatório da Imprensa.
Na que está disponível, ele que atualmente atua na assessoria de comunicação, especialmente de grandes instituições privadas trata, por exemplo, do artigo sobre privatização bancária publicado na Folha de São Paulo, pelo deputado federal tucano Paulo Renato, de São Paulo. Aliás, não publicado, pois o jornal descobriu que, antes do envio, o parlamentar pediu opinião para o presidente do Bradesco – para quem não sabe, o principal banco privado do país. Seria a raposa no galinheiro, numa versão livre.
Em todo caso, confira você mesmo o que escreve o Brickmann, especificamente sobre esse imbróglio Paulo Renato-Bradesco-Privatização-Folha de São Paulo. A seguir:
Ateou fogo…
O ex-ministro Paulo Renato de Souza é comerciante, enólogo, professor de Economia, consultor mas o que lhe faz falta, de verdade, é aprender a passar um e-mail. Mandou seu artigo para a Folha de S.Paulo, criticando duramente a venda do Banco do Estado de Santa Catarina ao Banco do Brasil, sem licitação, com argumentos semelhantes (e bons) aos que vêm sendo defendidas pelos bancos privados. Mas esqueceu de apagar as mensagens anteriores. E, nelas, consultava o presidente do Bradesco, Márcio Cypriano, sobre o teor do artigo.
Paulo Renato explicou que, como o artigo era técnico, quis que um especialista o lesse antes da publicação, para encontrar eventuais falhas. Pode até ser verdade, mas Paulo Renato não deveria perder tempo se explicando. Há certas histórias em que ninguém vai acreditar mesmo…
…às vestes
Louve-se a posição da Folha: poderia simplesmente ter publicado o artigo, sem fazer menção às mensagens anexas. Poderia ter pedido ao professor Paulo Renato, numa discreta conversa telefônica, que mandasse o artigo outra vez, limpo de seus rastros anteriores. O jornal, que mantém excelentes relações com Paulo Renato, preferiu dar prioridade a seu compromisso com o leitor, e publicou a história. A única coisa não publicada foi o artigo. Paulo Renato preferiu retirá-lo. E o jornal não fez questão – afinal de contas, se era para publicar a opinião de Márcio Cypriano, por que não pedi-la diretamente a ele?
SUGESTÃO DE LEITURA – confira aqui a íntegra da coluna Circo da Notícia, de Carlos Brickmann, no Observatório da Imprensa.
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