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Eleições 2006. Quem já é deputado ou senador, larga na frente na campanha por um mandato

Na verdade, não chega a ser uma novidade. Quem já é deputado federal ou senador, tem grande vantagem sobre os novatos, na busca por um mandato em Brasília. Afinal, os parlamentares contam com benefícios que os transformam em favoritos na corrida pelo voto do eleitor brasileiro.

E são vantagens bem palpáveis, a começar pela própria estrutura dos seus escritórios, tanto na capital federal quanto nos Estados. A verba de que dispõem para seu trabalho cotidiano é naturalmente utilizada na hora de renovar o mandato. Não é a toa, assim, que quase todos os deputados e senadores são candidatos – inclusive para outros cargos que não os que ocupam agora.

Ampla reportagem a respeito das vantagens competitivas dos atuais parlamentares é publicada na edição desta terça-feira de O Estado de São Paulo. Quem a assina são Denise Madueño e Eugênia Lopes, correspondentes do jornal paulista em Brasília. Confira:

”Parlamentares usam estrutura do Congresso para renovar mandato

Os 497 deputados federais e os 46 senadores que vão concorrer nas eleições de outubro disputam em condições privilegiadas, usufruindo de benefícios existentes apenas para quem tem mandato parlamentar. No exercício do cargo, os congressistas contam com regalias que os deixam em situação melhor do que os adversários sem cadeira na Câmara ou no Senado. Podem usar as emissoras de TV das duas Casas como palanque eletrônico, falar de seus projetos no programa Voz do Brasil, dispor da verba indenizatória para despesas em seus Estados, além de contar com a estrutura dos gabinetes para reforçar a busca de votos.

Oficialmente, os R$ 15 mil de verba indenizatória servem para despesas do escritório político no Estado e não podem ser gastos na campanha. A distinção entre o que é atividade parlamentar ou campanha, no entanto, é pessoal, pois não há fiscalização. Um exemplo é a verba para o combustível usado no Estado de origem.

No plenário, também não se vê distinção entre candidato e congressista. Atentos à transmissão da TV Câmara e TV Senado, os parlamentares têm se revezado na tribuna para apresentar propostas para seus eventuais governos. Candidatos à Presidência, como os senadores Cristovam Buarque (PDT) e Heloísa Helena (PSOL), freqüentemente usam a TV Senado como palanque eletrônico. O mesmo acontece com os candidatos a governador.

Há uma semana, Cristovam subiu à tribuna do Senado para anunciar a criação de uma guarda nacional, dentro de suas propostas de governo sobre segurança pública.

Diante das câmeras da TV Senado, Heloísa procurou justificar o crescimento de seu patrimônio de R$ 3 mil, em 1998, para R$ 121,1 mil, de acordo com a declaração entregue à Justiça Eleitoral há dez dias.

Candidato ao governo do Amazonas, o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio Neto, foi outro que aproveitou a TV para falar aos eleitores e prometer um choque de gestão, inclusive com demissões, caso eleito.

Já a senadora Ana Júlia (PT), candidata ao governo do Pará, criticou adversários políticos, em especial o prefeito de Belém, Duciomar Costa (PTB), que a derrotou na disputa municipal de 2004.

Na Câmara, os deputados candidatos têm usado a tribuna e a TV para prestar contas aos eleitores. Os governistas aproveitam para exaltar as realizações do governo Lula em seus Estados e pegar carona nas ações do Palácio do Planalto.

REELEIÇÃO

Na semana passada, o petista Nelson Pellegrino (BA), discursou sobre as obras do metrô de Salvador, que receberam verbas federais. Já a oposição tem ocupado a tribuna para desgastar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, desqualificando as ações do seu governo.

Dos 81 senadores, apenas 27 encerrarão seus mandatos no início do ano que vem. Mas 46 deles decidiram disputar as eleições de outubro: 2 como candidatos à Presidência, 2 a vice-presidente, 19 a governador, 3 a vice-governador, 13 à reeleição, 4 a deputado federal e 3 a deputado estadual.

Na Câmara, dos 513 deputados, somente 16 não disputarão nenhum cargo. A maioria – 454 deputados – tenta a reeleição, 18 concorrem ao Senado, 11 são candidatos a governador, 6 a vice-governador e 8 a deputado estadual.

O uso indiscriminado da TV como palanque eletrônico pelos parlamentares candidatos adiou para depois das eleições de outubro a transformação da TV Senado, hoje por assinatura, em…”


SE DESEJAR ler a íntegra da reportagem, pode fazê-lo acessando a página do jornal O Estado de São Paulo na internet, no endereço http://www.estado.com.br/editorias/2006/.

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