Arquivo

Memória. E não é que ainda existem militantes da Libelu? Olha a saudade dos anos 70 aí, gente

O jornalista Paulo Moreira Leite compareceu à festa de aniversário da tendência trotskista “Liberdade e Luta” – a afamada, mais por barulhenta que especialmente numerosa, corrente política que foi forte no movimento estudantil e, um pouco, no operário, no final dos anos 70, início dos 80. E que, imaginava eu, um egresso do ME daquela época (embora nunca tenha militado nos “porraloucas” da Libelu), havia naufragado em meio aos meneios democráticos que se nota desde então.

A Libelu, que até pode ser pequenininha, ainda existe, e gravita em torno do jornal “O Trabalho” e está incrustrada, se é que dá pra utilizar o termo, no Partido dos Trabalhadores.

Aliás, os que participaram da Libelu não morreram. Muito pelo contrário, há alguns bem ativos até hoje, e estão no PT – se bem que muuuito longe do ideário da Organização Socialista Internacionalista. Ou, no caso de uns e outros, com os direitos políticos cassados. Bem, mas a história da festa é muito boa. Quase um reencontro com o passado. Quem tem 40 ou mais de idade, e freqüentava a universidade àquele tempo, vai lembrar. Ou relembrar. Vale a pena ler:

”A Libelu fez uma festa de 30 anos. O blogue esteve lá

Perto de 300 pessoas se encontraram num salão de festas na Vila Mariana, no sábado à noite, para comemorar os 30 anos de fundação da Organização Socialista Internacionalista. Em novembro de 1976, num encontro clandestino, no litoral de São Paulo, nasceu a OSI, grupo trotskista que dirigia a tendência estudantil Liberdade e Luta, além de oposições sindicais em categorias de trabalhadores, como bancários, professores, metalúrgicos e químicos.

Do ponto de vista das personalidades que, duas décadas e meia depois, tornaram-se ocupantes do primeiro escalão do governo Lula, o encontro do fim-de-semana foi notável pelas ausências. Ali não estavam os ministros Antonio Palocci nem Luiz Gushiken, nem Clara Ant, assessora de Lula. As ausências se explicam.

Gushiken deixou a OSI logo depois de sua fundação, quando Lula começou a formar o PT. Clara Ant e Palocci deixaram a OSI na metade da década de 80, quando a organização enfrentou uma luta interna que a dividiu no meio. Uma parte integrou a Articulação, a corrente majoritária do PT comandada por Lula e José Dirceu. Assumiu posições destacadas no PT e integrou os primeiros escalões do governo Lula a partir de 2002. A outra parte manteve-se como organização própria e atua no PT com o nome de corrente O Trabalho. Ainda mantém relações com o núcleo de trotskistas franceses criado durante a Segunda Guerra Mundial, que tem como liderança um veterano militante, Pierre Lambert.

Duas décadas depois, os remanescentes dos dois grupos não se falam nem se freqüentam. Tornaram-se adversários dentro do PT, onde a Articulação – que é uma corrente muito mais ampla, com apoio nos sindicatos e em diversas forças – possui quase a metade dos votos internos e O Trabalho fica em torno de 1% e 2%.

Político com sua reconhecida competência para transitar por regiões conflagradas, o vereador José Américo Dias, que participou da fundação da OSI e integrou suas fileiras nos primeiros anos, sendo hoje integrante da corrente da ex-prefeita Marta Suplicy, compareceu a festa de aniversário e fez uma pequena saudação aos presentes.

Na platéia, era possível avistar antigos agitadores de barriga saliente e calvície acentuada. Entre os jovens presentes, muitos usavam camisetas com imagens de Che Guevara, figura que passava longe dos movimentos trotskistas, há 30 anos. Os estudantes não vinham da USP nem de outras grandes universidades brasileiras – mas de escolas menos prestigiadas de cidades do cinturão industrial de São Paulo. Do ponto de vista social, o público era claramente menos endinheirado do que as reuniões plenárias de décadas atrás. O ingresso custava R$ 3.

Era possível localizar grupos de operários, inclusive um senhor aposentado, integrante de uma comissão de fábrica do ABC. Um dos presentes mais conhecidos era…”


SE DESEJAR ler a íntegra do artigo, pode fazê-lo acessando a página do jornalista Paulo Moreira Leite na internet, no endereço http://blog.estadao.com.br/blog/?blog=22.

Artigos relacionados

ATENÇÃO


1) Sua opinião é importante. Opine! Mas, atenção: respeite as opiniões dos outros, quaisquer que sejam.

2) Fique no tema proposto pelo post, e argumente em torno dele.

3) Ofensas são terminantemente proibidas. Inclusive em relação aos autores do texto comentado, o que inclui o editor.

4) Não se utilize de letras maiúsculas (CAIXA ALTA). No mundo virtual, isso é grito. E grito não é argumento. Nunca.

5) Não esqueça: você tem responsabilidade legal pelo que escrever. Mesmo anônimo (o que o editor aceita), seu IP é identificado. E, portanto, uma ordem JUDICIAL pode obrigar o editor a divulgá-lo. Assim, comentários considerados inadequados serão vetados.


OBSERVAÇÃO FINAL:


A CP & S Comunicações Ltda é a proprietária do site. É uma empresa privada. Não é, portanto, concessão pública e, assim, tem direito legal e absoluto para aceitar ou rejeitar comentários.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo