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Mídia. O que seria da gente sem a “Veja”. Ela nos diz o problema. E já dá a solução. Vivaaa!

A revista Veja é a salvação dos brasileiros. Além de informar sobre todas as mazelas nacionais, especialmente as políticas e econômicas, de dizer até em quem devemos votar, e lançar todas as modas que obviamente vamos seguir, ainda nos ajuda a solucionar todos os problemas nacionais.

Nessa semana, a edição já entregue aos assinantes e disponível nas bancas, esclarece um monte de coisas que não sabíamos (e não é gozação, por favor) acerca do crime organizado. E faz questão de, vai que a gente seja mais burrinho do que nós próprios já somos, lançar uma capa pretona, com direito a foto saliente de um ônibus incendiado, e uma manchete pra lá de elucidativa. Em letras bem grandonas, e em maiúscula: CRIME. Também em maiúsculas, logo abaixo, a sentença definitiva: AS RAÍZES, A IMPUNIDADE, AS SOLUÇÕES. É, é isso mesmo, a revista também explica, bem didaticamente, o que seriam as saídas para resolver a questão.

Gente, é de um pedantismo, de uma bodosisse que beira ao insuportável. Principalmente porque a reportagem, que aliás foi muito bem redigida e melhor ainda editada, é incompleta. Falta algo fundamental, para que se tenha a compreensão exata do problema – que é, sim, grave e merece soluções (não necessariamente as de nossa mãe Veja, mas merece sim). Qual a falha?

Por partes. Leia primeiro o texto que abre a mega “reportagem especial” de 40 páginas:

“Conhece o teu inimigo”, diz a máxima antiga. o inimigo em questão é a criminalidade no Brasil, hoje em proporções muito acima das suportáveis em um país que se pretende civilizado. Nas próximas páginas, VEJA faz uma contribuição a esse bom combate, não só revelando entranhas e contornos do mundo da bandidagem, como propondo soluções para extirpar as raízes desse mal

Depois, seguem-se os mais variados textos, com os seguintes temas e títulos:

“• A impunidade que alimenta o crime
• Absurdos da legislação penal
• O Rio, sitiado pelas drogas
• As milícias saem das sombras
• Bandido de meio expediente
• O mapa do crime no Brasil
• A máquina de vender cocaína do PCC
• São Paulo: a capital dos criminosos
• Polícia ou bandido?
• Paraguai, o crime “legalizado”
• As armas que vêm do Suriname
• A praga do seqüestro-relâmpago
• Supermax, a supercadeia americana
• Como os jovens caem no crime
• A mente doentia dos psicopatas
• Perfil de um maníaco
”

Mas, diante de tão extenso material, perguntará você, onde está a falha que esse bestunto mole do Claudemir pretende apontar?

Simples, caro leitor: não encontrei, e olha que li tudinho, tudinho, uma só linha, uma só palavra, uma mísera letra que pudesse me dar uma luz sobre afinal de contas quem consome a cocaína (para ficar na droga mais rendosa, longe, dos grandes criminosos nacionais). Alguém aí acredita que sem resolver o problema do que se droga, que pode estar aí do seu lado, será possível acabar com o traficante? Não, não estou falando em criminalizar o usuário. Não, não estou falando disso. Estou me referindo a políticas públicas capazes de enfrentar essa verdadeira doença nacional. Sem isso, qualquer plano estará fadado ao fracasso. E a nossa querida Veja, repito, nem uma só linha dedicou a esse que é um dos vértices do triângulo que compõe o crime organizado.

Mas estão lá, na revista, as “soluções”. Gente, o que seria de nós sem a revista Veja, pergunto de novo aos meus inexistentes botões nesta noite/madrugada de muito calor.

SE DESEJAR ler a íntegra da da super-reportagem, pode fazê-lo acessando a página da “Veja” na internet, no endereço http://veja.abril.com.br/100107/p_045.html.
ATENÇÃO: se você não é assinante da revista, ou sendo não está cadastrado, o que pode levar algum tempo, use – quando solicitado – o código para o comprador em banca, a expressão “FARO”.

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