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Sindicalismo. Docentes das universidades e suas divergências internas expostas em congresso

Acontece em Goiânia o Congresso Nacional do ANDES – Sindicato Nacional dos Docentes de Ensino Superior. No encontro, há um consenso entre os delegados, que se posicionam contra a expansão do ensino superior público, “da forma como o governo federal vem fazendo, com uma série de debilidades”.

 

Mas sobressai, também, a divergência interna do movimento docente, desde 2005 afastada da Central Única dos Trabalhadores (CUT), considerada ‘atrelada” ao governo Lula. É sobre essas e outras questões, que se discutem na capital goiana, o material enviado aos veículos de comunicação, pela assessoria de imprensa da Seção Sindical dos Docentes da UFSM. A entidade está presente ao Congresso. O texto é assinado pelo jornalista Fritz Nunes. Acompanhe: 

 

“Conlutas ainda gera polêmica entre congressistas

 

O histórico de polêmicas nos congressos do ANDES é bastante conhecido para quem participa dos eventos anuais. Em 2005, na edição de Curitiba, o ANDES aprovou a desfiliação à Central Única dos Trabalhadores (CUT), com o apoio da maioria dos congressistas, inclusive com os de Santa Maria, que se referendaram em posição de assembléia. O argumento principal era o atrelamento da CUT ao governo Lula. A decisão teve como principal efeito a retirada dos principais grupos de oposição à diretoria do Sindicato Nacional, que se organizaram no PROIFES (Fórum de Professores das Instituições Federais de Ensino Superior), entidade que, mesmo não sendo sindicato, assumiu um contorno paralelo ao ANDES. Em 2007, em Campina Grande (PB), o Congresso aprovou a filiação à Coordenação Nacional de Lutas (Conlutas), espécie de central sindical que hoje se contrapõe à CUT e ao governo Lula.

 

Apesar da filiação desde o ano passado, o tema ainda gera polêmica. Nesta quarta, 16, ao discutirem o tema “centralidade na luta”, integrantes do mesmo grupo político que dá suporte ao ANDES (a tendência ANDES AD) divergiram sobre a inclusão do nome da Conlutas num dos tópicos, pois no entendimento de alguns professores, entre os quais a ex-presidente da entidade Maria Cristina de Morais e de Marina Barbosa, também ela uma ex-presidente, a colocação do nome Conlutas no eixo central da atuação do Sindicato geraria a exclusão de outras entidades sindicais, não colaborando para concretizar a proposta de “centralidade”, que justamente falava em “reorganizar e unificar a classe trabalhadora na luta contra as reformas neoliberais”.

 

Para o tesoureiro do ANDES-SN, José Vitório Zago, a discussão sobre a inclusão ou não do nome da Conlutas era importante para ver, afinal, quem realmente quer construir a Coordenação e quem “quer fazer corpo mole”. O professor Fernando Molinos Pires, da Regional RS do ANDES também se manifestou favoravelmente a ter o nome da Conlutas no ponto da centralidade da luta. O discurso mais acalorado foi do professor Edmundo Dias, decano do Movimento Docente. Para ele, o ANDES é “o último bastião de resistência ao governo Lula”, tese compartilhada por outras lideranças vinculadas ao ANDES, como o ex-presidente, Marcio de Oliveira. Para este, há uma tentativa de destruir o Sindicato Nacional e, nesse contexto, a Conlutas seria uma aliada importante a ser defendida. Edmundo Dias afirmou que “o governo Lula não é reformista, ele é reacionário e contra-revolucionário”. Após os embates discursivos, a plenária não aprovou o nome da Conlutas como entidade prioritária no texto que trata da centralidade da luta, especialmente no ponto que trata da reorganização e unificação da classe trabalhadora.

 

EXPANSÃO E PRECARIZAÇÃO– Ainda referente ao tema “centralidade da luta”, cujos tópicos darão a linha de atuação do ANDES em 2008, tendo portanto, um caráter mais conjuntural, foram discutidos e aprovados pontos referentes à expansão das instituições de ensino superior públicas; contra as formas de precarização do trabalho docente e, também, em relação a necessidade de organização dos professores que formam a base do Sindicato Nacional.

 

Foi consenso entre os congressistas de que a expansão do ensino superior público, da forma como o governo federal vem fazendo, com uma série de debilidades é inaceitável. Essa expansão considerada irresponsável por não ser acompanhada das condições necessárias também aponta para a importância, segundo os participantes do Congresso, de empreender uma luta “pela valorização do trabalho docente e contra qualquer forma de precarização”.

 

Apesar de a diretoria do ANDES não ter sugerido no caderno de textos, a questão da “mobilização da base”, por considerar que isso está no cerne da própria atuação sindical, alguns grupos de discussão entenderam ser um ponto fundamental de ação do sindicato. Muitos professores usaram como ingrediente…”

 

 

SUGESTÃO DE LEITURA – confira aqui a íntegra da reportagem “Conlutas ainda gera polêmica entre congressistas”, assinada por Fritz Nunes, da assessoria de imprensa da Sedufsm.

 

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