Transporte escolar. Alunos da rede estadual em SM não têm como ir às aulas. Culpa é de quem?

Os fatos: a responsabilidade legal é do Governo do Estado. Que firmou convênio com a Federação das Associações de Municípios do RS (Famurs), transferindo para as comunas o transporte escolar das crianças da rede. Para tanto, se responsabiliza por um valor para cada criança.

 

Consta que apenas dois municípios se recusaram a assinar o acordo. Um deles é Santa Maria. A alegação: o custo do transporte, na boca do monte, custaria, em média, algo como R$ 6 por aluno – enquanto o Estado se proporia a pagar apenas R$ 2. Resultado? Centenas de alunos que estudam em escolas distantes não vão às aulas iniciadas nesta segunda-feira.

 

A prefeitura alega ter entrado na Justiça e obtido uma liminar que obriga o Estado a fazer o transporte, sob pena de pagamento de multa diária, em caso de descumprimento. Mas, como se sabe, dinheiro não dá em árvore (aliás, palavras já utilizadas pela governadora Yeda Crusius em outras circunstâncias). O que torna, em princípio, a sentença inócua. Ou não?

 

Ah, isso são fatos. Mas o principal deles, não há dúvida, é que enquanto toda essa discussão acontece, um número estimado entre qualquer coisa parecida com 400 a 700 (já li as duas centenas) está sem o sagrado direito de estudar. O que provoca algumas reações. Não entrarei no mérito. Apenas relatei o que está acontecendo. A opinião que publico a seguir é de uma professora aposentada, que enviou a este (nem sempre) humilde sitio de internet, a correspondência eletrônica que passo a reproduzir:

 

“Claudemir, é uma vergonha o que a Governadora Yeda Crusius está fazendo com a educação. É inadmissível que o estado não destine recursos para pagar o transporte escolar da sua própria rede de ensino.  O pior é que ela ainda quer culpar a Prefeitura pela sua omissão. Quando ela era candidata, jamais disse que não iria garantir o transporte escolar. A justiça tem que obrigar a governadora, a garantir o transporte sem empurrar as responsabilidades para terceiros. Chega de faz-de-conta e chega de dizer que o Estado não tem dinheiro, porque para investir em propaganda está sobrando recursos.”

 

Catharina Regina Silva, professora aposentada
Moradora do Centro de Santa Maria”

 

EM TEMPO: opiniões divergentes? Que venham, e serão publicadas. Atenção: há espaço para mais três textos, dois contrários a essa posição da Catharina, e um favorável. Limitados ao tamanho da correspondência da professora. Para equilibrar. Fique à vontade!