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Oposição. DEM e PSDB se acertam no óbvio. O problema, até para o País, é que ficam só nisso

Confira, a seguir, a avaliação feita por Carlos Lopes, na página editada por Etevaldo Dias, na internet, acerca do encontro das vestais oposicionistas do DEM, na noite de segunda-feira, em São Paulo. Lá no finalzinho, o meu comentário. Acompanhe:

 

“Oposição tenta definir objetivos nacionais comuns

Os bastidores da reunião da oposição, na noite dessa segunda-feira, em São Paulo, ainda estão para ser explorados. A decisão de não aceitar a votação de temas eleitorais, com vistas a impedir mudanças nas atuais regras do mandato presidencial, é a parte mais óbvia e noticiosa das articulações.

A reunião do PSDB com o Democratas visou à definição de ações conjuntas que, inclusive, transcendam a ação no Congresso. No Parlamento os partidos até que se ajeitam, frente a um adversário muito mais forte e numeroso, como é a base de sustentação governista. Fora dele, as articulações para as eleições municipais em grandes cidades, como São Paulo e Rio de Janeiro, indicam maior distanciamento entre tucanos e “democratas”.

Articuladores do encontro consideram que as eleições municipais estabelecem uma relação específica que não tem a ver com o plano nacional, devendo passar a ser consideradas por aquilo que realmente são. Naturalmente, o pleito na cidade de São Paulo foge a qualquer novo entendimento que se queira estabelecer, sobretudo por ser o maior símbolo de rompimento das ações dos dois partidos.

Dentro da linha de busca de objetivos comuns, parlamentares como o deputado Paulo Bornhausen (DEM-SC) defendem a exploração das divergências no governo na abordagem de soluções para o quadro fiscal: o presidente Lula reage ao corte de gastos, o ministro Mantega tenta limitar a oferta de crédito e o Banco Central aperta a política monetária.

As ações congressistas da oposição terminam por comprometer essa linha de atuação. Bornhausen foi um dos primeiros a se levantar contra a CPMF, por mais que defendesse uma derrota pedagógica para que o governo viesse a cortar gastos. E como explicar a ação dos líderes partidários no Senado, que foram ao limite da irresponsabilidade ao condicionar a desobstrução a projetos com alto potencial de gastos em saúde e no sistema previdenciário?

O maior desafio da oposição é fazer sintonizar a ação no Congresso com objetivos políticos nacionais. Trabalhar por inviabilizar as articulações em favor da concessão do direito a uma nova reeleição ao presidente Lula, a rigor, é o que já vem sendo feito. É o mais óbvio e não chega a constituir uma postura alternativa.”

 

 

COMENTÁRIO CLAUDEMIRIANO: ora, defender que não exista o terceiro mandato de Lula qualquer um faz, nem precisa ser da oposição (convido, inclusive, à leitura da seção “Não custa lembrar”, a primeira nota que publiquei nesta madrugada). Basta apenas ter bom senso e querer respeitar as normas democráticas. Se bem que, há quem diga, a posição defendida por DEM e PSDB, acerca de alguns temas, contrariem até mesmo alguns dos principais presidenciáveis oposicionistas.

 

Então, ficamos assim, por enquanto a oposição ao Presidente não conseguiu sair do óbvio. O que mostra sua debilidade. E isso é ruim para o País, na medida em que a democracia pressupõe uma oposição, no mínimo, coerente e forte, e que seja capaz de apresentar alternativas capazes de ser analisadas pela sociedade. Não é o caso presente, no Brasil.

 

 

SUGESTÕES DE LEITURA – confira aqui, se desejar, outras notas publicadas por Etevaldo Dias.

Leia também a nota “Oposição mira em Lula e acerta em Serra e Aécio”, publicada por Josias de Souza, da Folha de São Paulo.

 

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