
Por Pedro Moro (Com foto de Jessica Mocellin) / Da Agência de Notícias da UFSM
Para reduzir o tempo de espera por atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS), o Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM) realizou 163 procedimentos em um mutirão de consultas, exames e cirurgias eletivas, no último sábado (5), das 7h às 19h. A ação fez parte do “Dia E”, promovido pelo projeto Ebserh em Ação, com apoio do programa Agora Tem Especialista, do Governo Federal.
No Husm, o balanço geral dos procedimentos registrou: 17 cirurgias (ortopédicas, de mastologia e cardiovasculares), 26 consultas (psiquiátricas e auditiva neonatal) e 120 exames (ultrassons, raio-x e cateterismos). O resultado foi abaixo da expectativa inicial da organização, que previa a realização de aproximadamente 200 atendimentos.
Em paralelo, outros 44 hospitais da rede pública, vinculados à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), também realizaram mutirões Brasil afora. Nesta edição da iniciativa, foram realizados cerca de 7.800 atendimentos, distribuídos entre mil cirurgias eletivas, 1.200 consultas e 5.600 exames em diversas especialidades, como oncologia, cardiologia, ortopedia, oftalmologia e saúde da mulher, segundo o site do Ministério da Saúde.
Durante o mutirão, o setor de Hemodinâmica do HUSM foi responsável por realizar os cateterismos, procedimentos que envolvem a inserção de um cateter, um tubo fino e flexível, em um vaso sanguíneo a fim de diagnosticar doenças cardiovasculares.
Deitada na maca da sala de repouso pós-exame, a paciente Ivete Rozeli Bertolli Dotto, 76 anos, natural de Santa Maria, descansava em alívio por ter realizado o cateterismo após 2 anos de espera. A paciente contou que já realizou o exame no HUSM em outras ocasiões devido à patologias cardíacas, mas nunca havia demorado tanto como dessa última vez. “Eu fico muito feliz porque minha vida depende disso. Dessa vez demorou para acontecer, eu até tinha perdido a esperança”, explana Ivete.
Conforme Luiza Cremonese, chefe da Unidade do Sistema Cardiovascular no Husm, a ação encerrou a fila de espera para o cateterismo no Hospital. Responsável por coordenar o setor de Cardiologia e a Unidade de Diagnóstico Especializado no mutirão, a profissional revelou que, ao todo, seis pacientes foram atendidos. “O cateterismo é um método de diagnóstico que permite o andamento dos tratamentos. É fundamental que a lista desse procedimento ande para que a gente consiga categorizar aqueles que precisam de cirurgias mais urgentes, por exemplo”, explica a Luiza.
Regina Rodrigues Wagner, 69 anos, natural de Santa Maria, chegou cedo ao Hospital para a realização de uma ultrassonografia da tireoide. Acompanhada da filha Emilene Rodrigues Wagner, a paciente contou que o mutirão agilizou a realização do exame, porém, em sua visão, ainda precisa-se de ações mais recorrentes. “Não esperei muito pelo ultrassom, mas ainda estou na fila para fazer uma cirurgia cardíaca. Então, eles precisam fazer mais mutirões como esse”, comenta.
Nove anos de espera
á nove anos, Elisabete Rodrigues Machado, 64 anos, natural de Santiago (RS), passou por uma mastectomia no seio esquerdo. Desde aquela época, a paciente aguardava por uma cirurgia para reposição de mama.
“Não havia próteses disponíveis naquele tempo e a pandemia só atrasou o procedimento. Eu fiquei feliz ao ser contatada, porque eu já estava resiliente sem a mama e nem tinha esperança de ser chamada”, conta. Diferentemente do que se pensa, Elisabete estava livre do nervosismo e otimista em relação à cirurgia. “Não estou nervosa com a operação, só quero sair daqui bem e voltar para casa junto da minha família”, acrescentou a paciente.
Fazer com que os pacientes atinjam seus objetivos: essa é a motivação da enfermeira assistencial do Centro Cirúrgico do HUSM Liege Kurrle, responsável pela organização da equipe no setor da cirurgia. “Felizmente, com essas ações da Ebserh, a gente consegue fazer com que as filas do SUS andem e os pacientes tenham acesso a esses procedimentos, não só cirurgias, mas também atendimentos ambulatoriais. É importante para não deixar que um problema de saúde pequeno se torne algo maior”, argumenta a profissional.
Alegria compartilhada
Em meio à agitação do “Dia E”, o nervosismo dos pacientes nas salas de espera foi combatido com o humor do Esquadrão da Alegria, grupo que realiza intervenções artísticas em hospitais de Santa Maria e região. Vestindo um jaleco com ornamentos coloridos, maquiagem de palhaço e usando duas muletas, o Dr. Pernetta, natural da “Pernettolândia”, trouxe doses de alívio aos pacientes. “Viemos trazer alegria, carinho e tranquilidade para essas pessoas”, comenta o artista.
Por trás da fantasia, o psicólogo Jairo Manzoni é quem dá vida ao Dr. Pernetta. “Nosso papel, enquanto ONG, é de fato poder levar alegria a um momento de vulnerabilidade e desconstruir o hospital como um lugar de tristeza”, conta. Jairo é uma pessoa com deficiência física e trouxe essa característica ao personagem que construiu: “eu quis trazer um doutor com deficiência para desmistificar a questão da muleta, da própria deficiência e reforçar que, apesar das limitações, o Dr. Pernetta está aqui para falar que podemos ser aquilo que quisermos ser”, explica o psicólogo.
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