MÍDIA E LINCHAMENTOS. O pai que beijou a filha, o Kaká, a Vanusa e o Maradona

É impressionante a capacidade da mídia brasileira (e não apenas a grandona, é bom ressalvar) de inquirir, julgar e, claro, condenar. Tudo ao mesmo tempo e sem ser o Poder Judiciário. Os casos mais recentes de decisão plenipotenciária dos veículos (e dos colegas também, pode acreditar) são comentados, e muito bem, em parte da seção “O circo da notícia”, assinada pelo veterano profissional Carlos Brickmann, no sítio especializado Observatório da Imprensa. Confira, a seguir:

“…Dedo-durismo, que horror!

 A propósito, a moda das delações e patrulhamentos está pegando, e isso é péssimo. Aquela história do casal que denunciou o turista porque beijou a filhinha, que coisa triste! Como disse o Ricardo Kotscho, bater pode, beijar não? Por que esse pessoal não vai tomar conta da vida deles? Aí acabam acontecendo linchamentos públicos como o que tentaram contra Vanusa, ou patrulhamento contra os jornalistas que entrevistaram o Cabo Anselmo, porque não fizeram as perguntas que os patrulheiros gostariam de fazer, ou ataques pessoais a um craque como Kaká porque ele se considera melhor do que Maradona. 

Este colunista acha que Kaká é bom, mas Maradona foi melhor. Mas muito pior do que Kaká se comparar a Maradona é Maradona se comparar a Pelé – aí a distância é fenomenal. E não é por isso que se vai atacar pessoalmente o craque argentino, nem menosprezar o belíssimo e eficiente futebol que exibiu…”

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