LÁ COMO CÁ. Governo tende a patrolar a CPI do MST. E ainda tentará virar o jogo
Não sou tããão antigo assim, mas o tempo que vivi também foi aquele em que as CPIs eram respeitadas. Por ser um legítimo direito das minorias, e se transformarem em elementos que antecipavam investigações feitas, depois, pelas autoridades – que recebiam os relatórios aprovados ou até rejeitados.
Nos tempos “modernos”, mudou tudo. As CPIs, com as devidas exceções (a da Violência Urbana talvez seja o exemplo mais próximo, pela seriedade com que os parlamentares estão tratando do tema, na Câmara dos Deputados) se transformaram em instrumento da luta política – e não estou aqui a julgar, menos ainda não legitimar esse tipo de procedimento. Apenas não gosto. Ponto.
Dito isto, vamos a dois exemplos concretos já vistos e um que está chegando.
A CPI da Petrobrás (já nem sei mais se no Senado apenas ou se mista, com deputados e senadores). O governo federal, por suas lideranças, embora não tenha sido o autor do pedido, por ter ampla maioria numérica, controla a Comissão e aprova ou recusa o que quer. Ao ponto de sequer estar no noticiário.
A CPI da Corrupção. O governo estadual, por sua base largamente majoritária, simplesmente não dá quorum ou aprova ou desaprova o que quer e o que não quer. Ao ponto de se saber, de cara, como vai ser o relatório, a ser feito por um governista – que o verá aprovado, tanto na comissão quanto no plenário.
Agora, o que está chegando, a CPI do MST. O governo federal, que cochilou e viu a Comissão ser criada, ainda que por número nem tão significativo de adesões, não há dúvida, irá colocar a seu serviço a ampla maioria que possui no Congresso. E já até ameaça: além de refutar qualquer investigação que não lhe interesse, ainda proporá a ampliação do foco, buscando fazer o mesmo trabalho em relação às entidades ligadas ao agronegócio. Que também teriam repasses suspeitos de recursos.
Pergunta final: deu para entender por que, com exemplos tão variados, envolvendo partidos diversos com opiniões contraditórias, conforme o assunto e o lugar, não dou mais a mínima para os efeitos de uma CPI? Exceto, claro, para a análise política. Mas não por supor que alguma coisa de útil, na prática, para o cidadão, poderá ser descoberta. Se isso ocorrer, será por acaso. Ou por interesse mútuo de governistas e oposicionistas – lá e cá.
A propósito, especificamente, da CPI do MST e suas repercussões acompanhe o texto (parcialmente reproduzido abaixo) assinado por Severino Motta, na página de Ricardo Noblat. A foto (de arquivo) é de Marcello Casal Jr, da Agência Brasil. Acompanhe:
“Oposição consegue manter criação da CPI do MST
A oposição conseguiu manter o número mínimo de assinaturas e garantiu a instalação da CPI do MST. A Comissão, composta por deputados e senadores, vai investigar a transferência de recursos federais para ONG’s ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Sem Terra. De acordo com a oposição, o governo teria repassado, entre 2004 e 2008, R$ 115 milhões às ONG’ que, por sua vez, usavam os recursos para financiar o MST…
… O governo promete fazer valer sua maioria nas duas Casas para emplacar tanto o presidente quanto o relator. Governistas também ameaçam usar a CPI para investigar recursos federais repassados a entidades patronais, como a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), cuja presidente é a senadora Kátia Abreu (DEM-TO), que junto com o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), assina a autoria da CPI…”
PARA LER A ÍNTEGRA, CLIQUE AQUI.
SUGESTÃO ADICIONAL – confira aqui, se desejar, também outras notas e artigos publicados e/ou comentados pelo jornalista Ricardo Noblat.
Um outro deputado (este não votou contra a CPI, mas PIOR ainda, conseguiu ser “convencido”, ou melhor “cooptado” pelo governo) foi Vilson Covatti (do PP). Gaúchos e Gaúchas, LEMBREM-SE BEM deste nome!
Adão Pretto inclusive, dá nome a um Assentamento do MST em SP!
Outro que votaria contra a CPI (se ainda estivesse vivo) seria o Adão Pretto,…este já deve estar nos “assando” braços do “capeta”, rsrs.
Um dos deputados gaúchos que votaram contra a CPI, caro Zanini, foi o deputado Marco Maia (PT),…este posso te garantir que é “defensor” dos baderneiros dos MST.
Caro claudemir:
Como leitor assiduo do teu “sítio” e fã deste que é uma fonte de informaçõas, gostaria de ver publicada a lista dos deputados gaúchos que votaram contra CPI do MST e que ” se dependesse deles” a CPI do MST não sairia…
um forte abraço (NOTA DO EDITOR. bem que o amigo leitor poderia ajudar este – nem sempre – humilde repórter. Onde está esta lista?)