Não me conformo, como observador político, com a troca de nome patrocinada pelos atuais dirigentes do Democratas. E cada dia mais me convenço que, como escrevi aqui mesmo várias vezes, a pretexto de se renovar, os autores da idéia estapafúrdia de aposentar a denominação Partido da Frente Liberal (PFL), querendo se desfazer de um suposto conservadorismo linguístico, mas mantendo a postura ideológica, foi um verdadeiro tiroteio no pé.
O fato é que, desde então, goste-se ou não da tese (e não passa disso, reconheço), o DEM só se desmilingue. Em todos os níveis. É, no mááááximo, o apêndice à direita do já conservador PSDB. E, pior, já há quem entenda que o partido corre o sério risco de, simplesmente, desaparecer.
Escrevo bobagem? Bem, pode ser. De todo modo, estou muitíssimo bem acompanhado. Dê uma conferida, por exemplo, no que escreve o bem-conceituado Paulo Moreira Leite, articulista da revista Época. E, depois, tire tua própria conclusão. Acompanhe:
“O não-futuro do DEM
O mundo político brasileiro passou os últimos dias procurando adivinhar qual o futuro do DEM no pós- Arruda.
Conversei com um dos três políticos da sigla que sempre são lembrados nessas horas. Ele tem liderança na legenda e é reconhecido por aliados e adversários. É impossível falar sobre o mundo pós-Arruda sem saber o que ele pensa.
Sua opinião é que nada vai mudar. Antes do escândalo, o DEM seguia seu curso histórico rumo à extinção como legenda independente, que perde prefeitos, senadores e deputados a cada nova eleição. Na prática, o partido estava sendo preparado para ser absorvida pelo PSDB, num processo discreto, contínuo, com muita anestesia. Depois do escândalo, o DEM segue este curso – a única diferença é que a extinção pode ser mais rápida, pois o partido perdeu sua única referência nacional.
Será?”
SUGESTÃO ADICIONAL – confira aqui, se desejar, também outras notas e artigos publicados e/ou comentados pelo jornalista Paulo Moreira Leite, da revista Época.
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