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Praia, chuva e os papagaios de pirata – por Daiani Ferrari

Bem lembro o amigo Clayton Coelho, em fevereiro do último ano, se vangloriando pelo fato de ir a uma praia de Florianópolis, enquanto eu, na minha imensa humildade, me preparava para visitar Torres. Este ano a coisa foi diferente, fomos conhecer a “ilha da magia”, mas confesso, o caminho foi longo e não adianta, com pobre sempre acontece algo que não se espera. No meio do caminho, resolvemos pernoitar em Imbé, para a viagem não ficar tão cansativa.

Procuramos um hotel, coisa simples, mas no meio da noite a situação ficou feia. O ventilador de teto não fazia vento, um grande problema no calor desconfortante que estava. Para minha surpresa, aquele ventilador era estranho, na indicação do vento para baixo, ele ventilava para cima. Caso resolvido, era só trocar a posição do interruptor e colocá-lo com a indicação para cima, que ele faria vento para baixo. Às 3h da manhã, o primeiro problema resolvido. Mas às 5h acabou a luz em Imbé, Tramandaí e na redondeza. Por isso, repito, pobre quando acha um ovo, é porque está estragado. Ou no meu caso, se tem um ventilador funcionando bem, só pode faltar luz.

6h30 da manhã fomos embora do hotel, depois de um banho gelado, mas tão gelado que pareciam pedras de gelo que caíam no lombo. Falando em cair, para começar o passeio, na chegada a Imbé, tropecei (ou como dizem na minha cidade, “tropiquei”, ou “dei um tropicão”) numa pedra, mas não uma simples pedra, uma pedra tão grande que meu dedo ainda dói, o que faz com que acredite que um dia aquela unha vai cair. 

Seguimos viagem, chegamos a Floripa, fomos para a casa de nossos anfitriões e curtimos ótimos dias de praia, um réveillon de fogos muito bonito, mas confesso que meio cansativo. Para mim, cinco minutos de fogos já está de bom tamanho. Nesse tempo já dá para ver o que pode acontecer, depois disso, já é “encher lingüiça”. O que mais se fez presente nesse curto período de férias foi o calor, junto com um sol dos mais fortes, o responsável pelas marcas que ainda vejo no corpo. Protetor solar praticamente não servia de nada. Braços manchados, nariz descascando, canelas ardidas (sim, eu queimo as canelas) e ombros que parecem pegar fogo. Tudo que eu queria era chuva, muita chuva, mas uma chuva daquelas…

Chuva para amenizar o calor e para fazer entrar o ano de alma lavada. A tal chuva veio, mas veio em proporções um pouco desmedidas. Se soubesse de todos os estragos que ia fazer, nem tinha clamado tanto, uns pingos já estariam de bom tamanho. É triste, é uma situação na qual não temos muito a fazer, mas também é penoso quando algumas pessoas usam este tipo de fato para ganhar visibilidade.

Ontem estava em uma reunião e um político da cidade recebia elogios por ter aparecido no Jornal Nacional, em reportagem que mostrava uma autoridade do Estado que visitava a ponte destruída na RSC-287. O que devo supor (e é o mínimo que espero) é que ele tenha algo concreto para ajudar, caso contrário, que vá trabalhar e não fique se aproveitando de desastres para ser visto na Globo. Comprometimento político e com a comunidade é bem diferente que aparecer na televisão à custa da desgraça alheia.

Só faltou carregar um cartaz com os dizeres “mãe, estou na TV”.

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Um Comentário

  1. Infelizmente tem muitos “políticos” que usam desastres para se autopromover e iludir a população, tentando aparentar uma imagem de preocupação e trabalho
    Mas a vida é assim, um dia uns se exibem noutro muitos se escondem, vamos ver se eles vão se esconder quando o tempo passar e eles não fizerem nada
    Será que vão bota a culpa na administração anterior, dizer q não teve tempo, que era ano eleitoral qual será a deculpa da vez
    Ae meus amigos só o tempo nos dirá!

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