REFORMA FALECIDA. Só secretaria de Cechin significa quase 20% mais CCs. Sim, é isso mesmo!

Em 31 de março do ano passado, o prefeito entregou, PESSOALMENTE, na Câmara de Vereadores, o projeto de Reforma Administrativa. A foto (de arquivo) de Felipe Pires, da Coordenadoria de Comunicação Social da prefeitura, ilustrava a intenção do governo, exposta então: redução de custos e de cargos em comissão, os de confiança. Além, claro, de dar agilidade e qualidade à gestão pública.

Alguns dias mais tarde, inclusive com votos da oposição, o projeto seria aprovado e se tornaria lei. E saudado como uma jeito novo de governar (desculpa tomar emprestado o slogan da governadora Yeda Crusius, mas foi o que pareceu, à época). Há coisa de 10 dias, ou mais exatamente no dia 17 passado, na coluna OBSERVATÓRIO, afirmei – o que foi motivo para alguns, do 7° andar e adjacências, quererem a “morte” do repórter – que a reforma administrativa fora para as cucuias. E foi meeeesmo.

Ainda ontem, aqui, confirmou-se a recriação da secretaria de Comunicação, agora na forma de pasta extraordinária, como também foi reafirmada a decisão do prefeito de criar a secretaria de Ação Comunitária, que no dia anterior fora ANTECIPADA no sítio, em primeira mão, com o seu titular, Cláudio Rosa, já nomeado.

Mas deixemos isso de lado. É o óbvio. E todo mundo (que lê este sítio) já sabe. Vamos ao novo. Ao grande mantra da reforma, para cuja apresentação fui (e os colegas da área) convidado, na tarde de 26 de março de 2009, no lotado gabinete do prefeito Cezar Schirmer.

Releia apenas um item da nota que publiquei no dia seguinte, 27: “aliás, os CCs/FGs não poderão exceder 260, diferente dos 345 de hoje. Sendo que os CCs se reduzirão de um máximo de 270 para 190. E os FGs (do quadro) serão no mínimo 70.” (para reler a íntegra daquela nota, clique AQUI).

Pois, caro leitor, tive acesso (graças a um colega de profissão, o Fabrício) ao projeto original da criação da secretaria de Habitação e Regularização Fundiária, e que já tramita no Legislativo. Trata-se, de novo, de uma recriação de pasta semelhante, do governo de Valdeci Oliveira.

A nova/velha pasta será entregue a Sérgio Cechin, do PP, que é convidado há um tempão para compor o governo. Vou poupá-lo da repercussão financeira da “novidade”. Até porque, pelo que soube, o colega tratará do assunto com a devida amplitude. Nem pretendo, neste momento, debater (o leitor pode, tem o espaço de comentários para isso) a questão político-partidária. Fico só com o espírito da reforma. Sim, este também foi para as cucuias.

De acordo com o projeto (que será aprovado pelos vereadores), só esta nova/velha secretaria (e sem contar as de Comunicação e as de Ação Comunitária, de cujos números desconheço), importará na criação de 34 Cargos de Confiança. Vou repetir: triiiinta e quaaaatro CCs. Que ninguém queira, por isso, “matar” o repórter, por favor. Está lá, no projeto. Quer saber quais são? Os seguintes, com os salários aproximados:

1 Secretário – R$ 5,7 mil

1 Secretário Adjunto (R$ 3 mil)

13 Superintendentes (R$ 3 mil cada)

1 Assessor Especial (R$ 1,7 mil)

1 Gerente de Projetos (R$ 1,7 mil)

1 Gerente Administrativo Setorial (R$ 1,7 mil)

1 Assessor de Gabinete (R$ 1,7 mil)

3 Gerentes (R$ 1,7 mil cada)

3 Chefes de Equipe (R$ 1,350 mil cada)

9 Assessores Regionais (R$ 800 cada)

RESUMO DA ÓPERA: só nesta que se transforma em supersecretaria (aliás, uma exigência política do PP para liberar seu edil) são, tripito, 34 CCs. Ou quase 20% do total fixado pela reforma administrativa. Que, vamos combinar, morreu. Só falta avisar a família.

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