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LUZ AMARELA. Impensável cenário assusta o PMDB gaúcho. Mas a culpa é toda dele

É verdade que publicamente ninguém fala nada. Ao contrário, demonstra otimismo e acredita, primeiro, que o candidato do partido irá crescer, até 3 de outubro. Depois, que a atual governadora até pode subir um pouco mais, mas não é ameaça. E, por fim, que o candidato líder, se não está no seu teto, se aproxima dele.

Se, porém, você assuntar um pouco mais, perceberá com clareza: a preocupação, que era pequena, até semana passada, cresceu. E não foi pouca coisa. A PESQUISA Datafolha divulgada na sexta-feira acendeu a luz amarela, oferecendo gratuitamente um sinal de alerta.

Agora, chega de meias palavras. Vamos ao que interessa. E dar nome, com a devida licença, aos bois. Ou aos candidatos e seus partidos. Conversei, entre a sexta-feira e o domingo, com gente do PMDB (uma, inclusive, graúda – e bastante próxima ao centro de decisões). E do PT – entre os quais um candidato a deputado com a eleição, segundo todos os indícios, pra lá de garantida, e três ou quatro com suficiente informação do que acontece na campanha estadual.

Deixemos de lado, por enquanto, o PSDB e Yeda Crusius. Ambos ainda são uma incógnita. Embora se admita a possibilidade de uma surpresa, e a atual governadora subir o suficiente para alcançar a rodada final, não passa disso mesmo, um vislumbre impreciso e aparentemente distante, embora não deva ser descartado.

Fiquemos com os protagonistas da hora. Já há peemedebista extremamente preocupado com o crescimento de Tarso Genro, do PT E, embora admitindo a tese inicial de que seu teto não o levaria à vitória, admite que o percentual 42, informado pelo Datafolha, pode elevar-se. Quanto? Não se sabe. Mas taaaalvez suficiente para dar-lhe a vitória na rodada inicial. O que, do ponto de vista peemedebista, seria um desastre ainda pior do que o de 2006, quando a soberba (hoje admitida) fez com que se despejassem votos na então ascendente Yeda, que acabou virando finalista, ao lado do PT.

O que fazer nessa hora? Aí é que a porca torce o rabo. Não há mais tempo para que José Fogaça deixe a sua (pra lá de equivocada e totalmente fora do jeito gaúcho de fazer política) “imparcialidade ativa”. Se aderir à petista Dilma Rousseff, será oportunismo visível, para o senso comum (leia-se, boa parte do eleitorado). E como fazê-lo em relação ao tucano José Serra, virtualmente derrotado, embora com o apoio declarado da quase totalidade dos deputados do PMDB gaúcho?

Busca-se uma brecha: que vem, como uma esvaziada REUNIÃO da Executiva estadual, na quinta-feira, pela “liberação” dos militantes para que votem em quem quiserem. Detalhe: na prática, eles já poderiam fazer isso. E faziam. E boa parte de prefeitos e vice já virou dilmista faz tempo. Só faltava oficializar. 

E um grupo menor, mas de peso específico elevado, como Cezar Schirmer e José Ivo Sartori, que comandam o Executivo das comunas de Santa Maria e Caxias do Sul, respectivamente, até meu filho de 8 anos sabem ser serristas. Ou, principalmente, anti-petistas. Que, nesse momento, quer dizer a mesma coisa.

Resumo da ópera: o PMDB acabou enredado no discurso fogaciano sem sabor ou cor. E vai até 3 de outubro com ele. Torcendo que seja suficiente (e provavelmente seja) para estar no segundo turno. Se este acontecer. Daí… bem, daí haverá pelo menos uma semana para retocar o discurso, refazer o time, reunir a turma e tocar pra diante. Para ganhar, se der.

Ah, e os petistas? Estes, pude depreender, se recostam na raríssima oportunidade de uma vitória inédita. Mas dependem de dois fatores (e o PMDB não é cogitado, neste momento). Um é a “onda vermelha” de Dilma/Lula, que já estaria dando a maioria dos votos à nau governista no plano federal contaminar o eleitorado gaúcho, que já percebeu (olha de novo o equívoco fogaço-peemedebista) ser Tarso Genro o parceiro único da dupla, se disseminar o suficiente para trazer votos outrora inesperados. Outro é o pé no chão. Que significa fazer o possível para vencer já. Mas, se não der, pelo menos já ir arregimentando apoios pelo caminho, de maneira a pavimentar uma vitória no segundo turno. É a estratégia.

Ah, e Yeda? Bem, aí a prudência recomenda esperar pra ver.

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6 Comentários

  1. Sim, claro, a postura do pmdb gaúcho é responsável pela estaganação do seu candidato. O gaúcho não gosta de muro, ou é chimango ou maragado, ou é governo ou é contra. Se o pmdb não tomar posição logo, isso pode custar sua eleição. Dito isso, agora vai um aviso, acho muito interessante, e concordo como os supostos nomes ditos acima envolvidos em esquema do detran, operação solidária, mas o pessoal da esquerda anda tendo problema de memória, ou pq será mesmo que pimenta renuciou a vice presidência da cpi do mensalão, mesmo?? abraços

  2. Nem precisa entrar em sites para saber que existem candidatos considerados, ditos, falcatruas:

    1) gente que pega carona de mensaleiro;

    2) gente que ocupa cadeira no legislativo, ganhando menos de 4.000 mensais, mas a campanha é milionário e na prestação de contas consta uma miséria de gasto;

    3) gente que concorre a presidencia e admite envolvimento com as FARC e não descarta a probalidade de José Dirceu estar no seu eventual governo;

    4) candidato a governador que não tem a admiração nem o voto dos parentes;

    OBS1: E tem gente que critica quem vota em Tiririca hehehe

    OBS2:É preciso lembrar que apesar de terem buscado avacalhar yeda, 95% do tempo da investigação de FATEC/DETRAN não era no governo dela e sim do PT E PMDB!

  3. @Justino
    Justino
    Já que pediu, minha maneira de fazer a pesquisa é a seguinte: Vou no http://www.google.com.br, neste site de busca, digito:
    eliseu padilha pf, aparece um monte de coisas interessantes.
    ou ainda: marco alba pf, onde pf é Polícia Federal.
    ou: marco alba fraude corsan
    Eu fiz ainda a pesquisa com: osmar terra crise saude, alguns resultados bem significativos.
    Fiz também com: zachia detran
    com: joao luiz vargas detran
    Mas, sem dúvidas o campeão é se você digitar: yeda detran
    pode ser também: yeda mansão
    procurei também por: fogaça pisa ; onde PISA é Programa Integrado Socio Ambiental)

    Claro que estes são os que eu fiz.
    Cada um pode fazer do candidato que bem entender, do partido que for.

  4. Claudemir
    Se não me engano, tu alertou aqui no site sobre os perigos desta “imparcialidade ativa” do Fogaça. Está apenas se confirmando.
    Sinceramente, hoje chega a dar pena do discurso deste pessoal. Até há pouco tempo, chamavam Dilma de terrorista e LULA de borracho e analfabeto. Hoje, ou eles se colam nestes dois ou estão fadados ao fracasso. Mas, colarem de que jeito? Soa mais falso que uma nota de trinta reais.
    Outra coisa, o TRE está com uma campanha muito boa: Pesquise sobre seu candidato.
    Aqui em Santa Maria, há uns candidatos de fora que chega a arrepiar só de ver o nome. E o pior é que candidatos locais grudam neles, fingindo que nada aconteceu.
    Quem sabe nossos eleitores entram na campanha do TRE e fazem uma pesquisa sobre estes nomes. É fácil, é só entrar num site de busca e digitar o nome.
    A Operação Solidária da Polícia Federal tem alguns nomes, a CPI do Detran também. As obras do PAC, através da Corsan é outra boa fonte de consulta. Enfim, é uma ótima dica do TRE, sem dúvidas.

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