Cada um na sua – por Luciano Ribas
Uma das melhores coisas no futebol é que nele a gente sabe exatamente quem é quem, com raríssimas exceções. Gremista é gremista, colorado é colorado, flamenguista é flamenguista e assim por diante, sem muito espaço para aquela “zona cinza” (ou de neutralidade ativa, como virou moda em 2010) onde as coisas não se definem, tão típica da sociedade brasileira.
Na última quarta-feira, por exemplo, estava nítida a divisão entre os que secavam o Goiás – torcedores do Grêmio (por conta da Libertadores) e do Flamengo (em função da classificação à Sul-Americana) e, provavelmente, dos rivais goianos Vila Nova e Atlético – e os que queriam ver o time “esmeraldino” campeão. Muito longe daquela conversa mole que promove o “coitadismo”, quem torceu pelo Independiente tomou uma posição clara, assumindo o ônus dela decorrente e certamente vibrando muito com o terceiro gol do time argentino.
Entre os secadores, evidentemente, estava este que vos escreve. Por ser gremista, é claro, mas também por uma questão de justiça: uma eventual perda da vaga conquistada no campo pelo Grêmio significaria coroar “a mudança da regra no meio do caminho” promovida pelos interesses da Conmebol. Sim, porque quando a bola começou a rolar no Brasileirão 2010 eram quatro vagas para os quatro primeiros colocados na competição e, como diria aquele juiz, “a regra é clara”. Ou deveria ser.
Em outros campos, porém, a coisa é diferente. Peguemos o legislativo local, por exemplo. Alguém que desconheça as siglas as quais pertencem os parlamentares dificilmente poderá dizer quem é oposição ao atual ocupante do paço municipal. Poderá até imaginar que o (nem tão) eventual oportunismo de algum membro dos partidos governistas é um legítimo ato de oposição.
O resultado de tanta mediocridade reunida é terrível para a sociedade, pois transforma o legislativo num espaço amorfo, onde proliferam as homenagens, as comendas, os nomes de rua e o compadrismo fútil. Para quem lembra dos tempos em que eram vereadores nomes como Adelmo Genro Filho, Beto São Pedro, Marcos Rolim, Maria Gessy Bento, Paulo Pimenta e Valdeci Oliveira, para citar apenas alguns que a esquerda elegeu em Santa Maria nos últimos 30 anos, a comparação traz tristeza e, em alguns momentos, até mesmo vergonha. Para complicar ainda mais o quadro, a exceção encontra-se também emudecida.
Pode melhorar? Pode, até porque “pior do que tá, não fica”. Ou fica?
Lembrando que ninguém se elege sozinho (e que não sou candidato), sinceramente espero que não fique.
Bravo!!! Bravo!!!
Os colorados não apoiaram o Goiás, por que apoiar um time que tiraria a exclusividade do Inter ser o ÚNICO brasileiro a vencer este campeonato. DEsde quarta todos gremistas passaram a apreciar e reconhecer a importância deste campeonato, pois vibraram com ele. Quarta foi importante para os colorados e gremistas.
É isso aí!