Artigos

O filho da pátria e os estranhos do texto – por Vitor Hugo do Amaral Ferreira

Aprovado pela Assembléia Legislativa, no dia 19 de abril, o Projeto de Lei que proíbe o uso de estrangeirismos. A proposta tende regular o uso de palavras estrangeiras na comunicação social e anúncios publicitários.

É evidente, em razão da dita globalização, que as fronteiras permitiram um aproximar além das questões econômicas. Passamos a reconhecer e adotar costumes, que após a fase incipiente incorporam-se aos nossos hábitos.

Independente do mérito do Projeto, é verdade que fomos abduzidos pelos estrangeiros e com considerável frequência, como se nos fosse inerente, repetimos e utilizamos palavras e expressões com origem estrangeira. Os estranhos do texto acabaram se familiarizando, acomodaram-se. Penso que não será fácil revertermos. Digo mais, se o instrumento para tanto for por imposição legal, creio que esta estará fadada ao esquecimento. Das falas do ex-presidente Lula: “essa lei não vai pegá”.

Ao observar pela República da Boca do Monte, teríamos que reorganizar algumas coisas. Estranho ou não, pelo correto, começando pelos nossos shopping’s, teríamos o Centro de Compras Independência, a Nobre Praça de Compras, e o Monet Praça de Compras. Se optarmos por entrar em uma casa de computadores (lan house) para encaminhar um correio eletrônico (email), vamos acessar ao sítio (site) e em apenas um clique, com o uso do rato (mouse), podemos baixar o arquivo (downloud). Ainda no centro de compras se identificarmos um sale 30% off. Ops! Liquidação com 30% de desconto, quem sabe assim possamos fazer umas compras.

Olha isto! Diante de uma hospedagem em hotel passamos pelo check in, ao encerrarmos a estada check out, e entre os serviços, que poderão se caracterizar por self service, vamos ter que optar por american suite, suite master, talvez um loft, quem sabe um flat. Entre as opções haverá o CCTV System. Calma! É só sistema de circuito fechado de TV, que estará disponível no home theater, ao lado da ice machine, com vista ao playgound. E tem mais, o twitter, em tradução piar, gorjear, faz com que tenhamos que piar ao invés de twittar.

Sobre o assunto, Zé Ramalho cantarolou em verso algo que o levou ao McDonald’s, após rejeitar o serviço delivery, aceitou comer um cheese burger, pedido pelo drive thru; seguiu as indicações luminosas de open, descritas no out door. Zé, quem sabe um fast food’s: ice cake, cheese egg, cheese burger ou hot dog. Para beber, uma long neck?

E nos disse o Zé: eu gostaria de falar com o presidente prá cuidar melhor da gente que vive neste país (…) tem gente falando happy pensando que é feliz. Sou simples, sou composto, oculto, indeterminado, particípio, eu sou gerundio, sou fonema sim senhor. Adjetivo, predicado, eu sou sujeito, ainda trago no meu peito este País.

Já Gabriel, questiona o pensador: tu é brasileiro cumpade? (…) Então porque que tá com essa camisa aí? É bitolado, do tipo que acredita no enlatado? Ô filho da pátria é assim que você pensa que vai chegar no mundo? Vestindo essa bandeira de outro povo. Que vergonha, que vexame, que tragédia que fiasco: o enforcado desfilando com a bandeira do carrasco!

É! Quem sabe o Deputado Raul Carrion (Carriligado) tenha razão.

Vitor Hugo do Amaral Ferreiravitorhugodir@hotmail.com, @vitorhugoaf

Artigos relacionados

ATENÇÃO


1) Sua opinião é importante. Opine! Mas, atenção: respeite as opiniões dos outros, quaisquer que sejam.

2) Fique no tema proposto pelo post, e argumente em torno dele.

3) Ofensas são terminantemente proibidas. Inclusive em relação aos autores do texto comentado, o que inclui o editor.

4) Não se utilize de letras maiúsculas (CAIXA ALTA). No mundo virtual, isso é grito. E grito não é argumento. Nunca.

5) Não esqueça: você tem responsabilidade legal pelo que escrever. Mesmo anônimo (o que o editor aceita), seu IP é identificado. E, portanto, uma ordem JUDICIAL pode obrigar o editor a divulgá-lo. Assim, comentários considerados inadequados serão vetados.


OBSERVAÇÃO FINAL:


A CP & S Comunicações Ltda é a proprietária do site. É uma empresa privada. Não é, portanto, concessão pública e, assim, tem direito legal e absoluto para aceitar ou rejeitar comentários.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo