CENSO DOS CCs. Lista (a que o sítio teve acesso) prova: partidos são barriga de aluguel das estrelas ou nem tanto
Antes de mais nada, e que comece a caça às bruxas, um esclarecimento: o sítio teve acesso a duas listas contendo o resultado do Censo dos CCs (e FGs) da prefeitura, conduzido durante todo o mês de julho e parte de agosto pela Chefe de Gabinete, Magali Marques da Rocha.
Ambas (com sete páginas) estão em poder do editor desde a última quarta-feira. São rigorosamente iguais. E provieram de duas fontes: de partidos e do governo. Após, houve um trabalho de checagem. Não seria a primeira vez que tentam (e eventualmente conseguem, não custa confessar) engrupir este repórter. Pelo menos quatro outras fontes foram consultadas, além das originais. E todas confirmaram: sim, essas são as listas entregues às agremiações. Neste momento em que você lê, há pelo menos uma dúzia de pessoas que as têm. Taaalvez até mesmo outro jornalista.
Dito isto, vamos ao que interessa: os partidos influenciam muito pouco na relação. Essa é a constatação inicial e primeira do recenseamento conduzido pela professora Magali. Basta que você confira nas imagens. Embora os nomes tenham sido preservados, não haveria (é bom esclarecer) qualquer ilegalidade em divulgá-los. Aliás, todos estão disponíveis no Portal de Transparência da Prefeitura. É só ir lá e conferir, inclusive os salários.
Mais importante que PMDB, PP, PSDB, DEM ou PDT, muuuito mais, são as estrelas de cada uma das siglas. Assim, o Prefeito, a Primeira Dama, os Secretários, o vice-prefeito, vereadores e até figuras menores da política local (mas com influência no Executivo) têm os “seus” CCs. E onde entram os partidos? Na chancela. Isto mesmo.
Exemplo: o PSDB tem 19 CCs (ou 21, conforme uma fonte extra-tucana). Mas não chega a cinco o número de indicados oficialmente. O vereador Admar Pozzobom consta como o padrinho de quase uma dezena. O deputado Jorge Pozzobom de pelo menos um O PSDB? Apenas avalizou. Isso vale até para um secretário, no caso o de Meio Ambiente, contraparente do ex-presidente, e que acabou virando uma indicação partidária – mediante a filiação dele, obviamente.
Outro exemplo? O PMDB. São, oficialmente, 80 CCs/FGs na quota do partido. Aí você confere o resultado do recenseamento e constata: só oito, isso mesmo, oito, ao ser ouvidos, disseram ter sido indicados pelo partido. Os demais são de secretários, dirigentes, ex-dirigentes, a primeira dama e as principais estrelas (se o critério, claro, for a indicação de CCs) da sigla: o próprio prefeito Cezar Schirmer e o vereador/secretário Tubias Calil. O primeiro consta como padrinho de 33 CCs (inclusive dois que anunciaram ter sido indicados pelo “governo” e que o editor supôs fosse o prefeito). O segundo tem na sua quota 14 afilhados. Quer dizer: ambos são tidos como padrinhos de 60% dos CCs/FGs peeemedebistas.
OPINIÃO CLAUDEMIRIANA: dito isto, e de posse do trabalho realizado pela prefeitura, se constata o óbvio. Mais que partidos, o “QI” decorre das estrelas, maiores ou menores, de cada sigla que compõe o consórcio governista municipal. E até mesmo de fora da administração. Assim, as agremiações acabam se transformando em meras “barrigas de aluguel” de seus figurões – e figurinhas. O editor não tem condições de afirmar, mas há boas razões para crer que talvez seja por isso que a população cada vez menos se interessa por partidos, privilegiando as pessoas, nas suas relações políticas.
SIGA O SITÍO NO TWITTER
Que fase! até o Adão martins indicando CCs