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Canhonaço nos asiáticos – por Carlos Costabeber

O Governo Federal deu um verdadeiro “canhonaço” na importação de veículos, mas mirando diretamente os fabricantes da China e Coréia do Sul.

Afinal, estava na hora de sair em defesa da indústria nacional, penalizada por uma taxa de câmbio desfavorável, carga tributária absurda, encargos sobre as folhas de pagamento muito elevadas, e um “Custo Brasil” que vem impedindo um melhor desempenho das exportações brasileiras.

Mas a indústria nacional também vem cometendo erros estratégicos nos últimos anos.

O principal, foi focar na produção de carros populares, com baixa potência, pouca tecnologia embarcada e que não são atrativos no mercado externo.

Também, favorecidas pela produção na Argentina e no México, as montadoras aqui instaladas passaram a trazer desses dois países modelos mais modernos, potentes, de médio e grande porte, e com tecnologia embarcada de ponta.

Por isso, são as montadoras locais as maiores responsáveis pelas importações brasileiras de veículos.

Só que, nessa onda, chegaram ao Brasil as marcas coreanas, e mais recentemente as chinesas.

Assim, em poucos anos, passamos de exportadores de veículos, a grandes importadores.

Para se ter uma dimensão desses volumes, só nesse ano já chegaram e estão para chegar aos portos nacionais, mais de 1 milhão e duzentos mil veículos provenientes do exterior.

Quem está aproveitando essa mudança na maré são os consumidores brasileiros, que passaram a ter à disposição veículos com o mesmo padrão dos oferecidos no primeiro mundo.

Só que essa euforia proporcionada pela importação maciça e por compradores entusiasmados fez acender a luz vermelha, tanto nas montadoras locais como no próprio Governo.

Além de termos um parque industrial automobilístico moderno e com capacidade de produzir 4 milhões de veículos por ano, o Brasil não pode sacrificar suas parcas divisas, importando o que aqui pode ser feito. Além do grande efeito sobre o nível de emprego; afinal, estamos gerando postos de trabalho na Coréia e na China, entre outros.

Costumo dar uma imagem bem marcante para explicar o que está acontecendo:

um navio que leva minério de ferro do Brasil para a Coréia, traz de volta veículos importados. Ou, um navio que leva soja em grão para a China, volta carregado de automóveis e caminhões.

Quem sai perdendo nesse jogo? Quem exporta commodities sem qualquer valor agregado e importa produtos industrializados, ou vice-versa?

Claro que é o caso do Brasil, grande exportador de commodities, e importador de produtos industrializados (em boa parte, supérfluos).

Então estou de acordo com a posição tomada pelo Governo, bem ao estilo da Presidente Dilma, dando uma “paulada” na farra dos veículos importados.

Devemos proteger a indústria brasileira, com a condição de que em pouco tempo ela seja obrigada a se tornar novamente competitiva mundialmente.

Mas cabe também ao Governo, reduzir a imensa carga tributária, principalmente a que onera as folhas de pagamento, além de fazer os investimentos em infraestrutura necessárias para reduzir o “Custo Brasil”.

Boa semana!

E.T.: Parece que o clamor popular da sociedade santa-mariense, contra o aumento no número de vereadores, será atendido. Louvo a coragem da vereadora Helen Cabral, em se unir aos 4 colegas que já se posicionaram favoráveis à manutenção das 14 cadeiras.

Santa Maria dará uma aula de brasilidade !

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