Percepções e contradições empresário-trabalhador na política partidária – por Marionaldo Ferreira
“Diversidade de representação é essencial para uma democracia mais justa”

A participação política no Brasil e em diversas partes do mundo ainda está cercada de estereótipos e percepções diferentes, dependendo da origem social e profissional do candidato. Quando um empresário ingressa na vida partidária ele é frequentemente visto como um gestor, um líder capaz de aplicar sua experiência administrativa para “organizar” a gestão pública. No entanto, quando um trabalhador busca um espaço na política, as percepções costumam ser distintas: muitas vezes, ele é interpretado como um agente sindicalista, um representante das camadas populares, ou até mesmo como alguém sem “experiência” para governar.
Empresários, independentemente de seu sucesso nos negócios, têm um acesso mais facilitado ao campo político, em parte por seu capital financeiro e por suas conexões com grupos econômicos e elites locais. Eles são frequentemente apresentados como candidatos com capacidade de gestão, mesmo que suas empresas tenham enfrentado falências ou dificuldades. A narrativa comumente adotada é a de que “o mercado é dinâmico e nem sempre o sucesso empresarial está garantido”, justificando eventuais fracassos.
O discurso também tende a favorecer a ideia de que um empresário sabe como gerar empregos, otimizar recursos e reduzir desperdícios, trazendo uma abordagem “técnica” para a administração pública. No entanto, essa perspectiva desconsidera que a gestão pública tem particularidades distintas da iniciativa privada, como transparência, controle social e interesse coletivo.
Quando um trabalhador, seja ele um operário, professor, enfermeiro ou qualquer outro profissional, decide entrar para a política, a narrativa é outra. Muitas vezes, ele precisa provar mais do que o empresário sua capacidade de liderança e gestão. Há uma tendência de questionamento sobre sua “preparação” e “competência técnica”, mesmo que ele tenha formação acadêmica e experiência em gestão pública ou comunitária.
Há também um viés que associa trabalhadores na política à militância sindical ou a movimentos sociais, o que pode gerar resistência por parte de setores mais conservadores. Essa percepção cria barreiras, especialmente no acesso a financiamentos de campanha e apoios empresariais, dificultando a viabilidade eleitoral desses candidatos.
A diferença de percepção entre empresários e trabalhadores na política reflete um problema estrutural: a dificuldade de reconhecer que a gestão pública exige conhecimento da realidade social, capacidade de articulação e compromisso com o bem comum, independentemente da origem profissional do candidato.
Um empresário pode ser um bom gestor público? Sim, mas isso depende de sua compreensão sobre o papel do Estado, que é diferente da lógica empresarial de busca pelo lucro. Um trabalhador pode ser um bom político? Sem dúvida, pois sua experiência cotidiana permite uma conexão direta com as necessidades da população.
O desafio está em romper com esses estereótipos e reconhecer que a política deve estar aberta para todos que tenham compromisso com a sociedade, independentemente de sua origem profissional. A diversidade de representação é essencial para uma democracia mais justa e equilibrada.
(*) Marionaldo Ferreira é servidor aposentado da UFSM. Tecnólogo em Processos Gerenciais, Especialista em Administração e Marketing, Psicanalista em formação e tem, também, MBA em Gestão de Projetos. Seus textos são publicados nas madrugadas de segunda-feira.
Resumo da opera. ‘Diversidade na representação’ é no parlamento. O problema do pais não é estrutura, com a cultura e o nivel educacional do jeito que estão pode-se mudar a estrutura o quanto quiser que não resolve. Simples assim. O resto é debate sobre quantos anjos cabem na cabeça de um alfinete.
‘Um trabalhador pode ser um bom político?’ Quem não tem instrução tende a despresar o conhecimento tecnico. Dai saem os chavões ‘o Brasil é um pais rico’, ‘dinheiro não falta’, ‘o que importa é a vontade politica’. Para o ignorante não existem limitações.
‘[…] a gestão pública exige conhecimento da realidade social, capacidade de articulação e compromisso com o bem comum, […]’. Mais teoria. Não se locupletar ou beneficiar a cupinchada também faz parte. Capacidade de articulação é liberar emendas, cabides e o resto do orçamento. Compromisso com o bem comum é para dar risada.
Quarto aspecto. Segundo a midia qualquer dono de buteco, sem demerito, agora é ‘empresário’.
Terceiro aspecto. Não é possivel generalizar. Calça Apertada teve uma carreira meteorica, é ‘empresario’ de eventos, ligado ao marketing.
Segundo aspecto: guerra de classes acefala. De 88 para cá Santa Maria nunca teve um ‘empresario’ como prefeito, exceção agora é Pessimo. Que ainda não disse a que veio. A lista inclui politicos, profissionais liberais (geralmente causidicos) ligados a politica e até um ex-sindicalista, Tonho Aideti. No governo do RS não é diferente, exceção Olivio Dutra.
Cacoete de muitos debates: debater o mundo em tese.