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SCHIRMER, EXCLUSIVO (FINAL). “Nota para meu governo? Oito! Não cortem meu mandato; não me tirem um ano!”

Esta é última parte da entrevista exclusiva concedida ao sítio, na noitinha de quinta-feira passada (para conhecer as circunstâncias, clique AQUI), dia 22. Dela foram protagonistas o repórter Maiquel Rosauro  e a repórter fotográfica Bianca Pereira Moreira, com a participação deste editor. A estrela, claro, foi o entrevistado, Cezar Schirmer.  Acompanhe:

Por MAIQUEL ROSAURO (texto) e BIANCA PEREIRA MOREIRA (fotos)

“Só três secretários dizem...’por determinação do prefeito Schirmer’: Marcelo, Tubias e Manica”

Nesta quinta e última parte da entrevista exclusiva com o prefeito de Santa Maria Cezar Schirmer, o repasse de R$ 80 mil para uma escola de samba de Porto Alegre segue em pauta. O chefe do Executivo defende sua atitude e avisa aos críticos que está disposto a investir para divulgar ao município no decorrer de seu mandato.

O prefeito também é questionado sobre o repasse de dinheiro ao Inter/SM e ao Riograndense, fala sobre o retorno que grandes eventos geram para a cidade e explica o porquê de alguns de seus secretários usarem constantemente a frase “por determinação do prefeito Schirmer”. Ao final, ele confere uma nota aos seus primeiros três anos de governo.

A entrevista com o prefeito foi realizada no dia 22 de dezembro no antigo prédio da SUCV. O encontro durou mais de duas horas e algumas questões acabaram ficando de fora devido ao longo tempo da entrevista. No total, foram realizadas 50 indagações que o prefeito só veio a conhecer no momento em que era questionado. Não teve assunto proibido, Schirmer respondeu todas as perguntas e não censurou qualquer questionamento.

SÍTIO CLAUDEMIR PEREIRA – O problema foi de comunicação interna (a respeito do repasse de R$ 80 mil a uma escola de samba de Porto Alegre). Quando perguntaram se tinha repasse de dinheiro público, disseram que não tinha.

CEZAR SCHIRMER – Não, isso é publicado gente. Isso é convênio público.

SCP – Foi entrevistado um secretário e ele disse que não tinha dinheiro público.

CS – Da minha boca ninguém disse. Eu nunca disse.

SCP – Mas o senhor é o responsável por todo o governo.

CS – Então, doravante, pergunte ao prefeito. Mas a contestação desculpe, não é essa. É por que colocou R$ 80 mil numa escola de samba em Porto Alegre? Botei sim, divulgou a cidade, isto faz parte do esforço ao turismo. Da mesma forma que a Prefeitura gasta com Festival de Balonismo, futebol sub-20 que vários dias ocupamos o SporTV divulgando Santa Maria para o Brasil, trouxemos os Jogos Universitários Gaúchos depois de 20 anos fora da cidade e foi ótimo. Estes eventos esportivos e culturais dão um enfoque diferenciado. Com todo respeito, é uma visão minúscula. Por que não gastou em Saúde? Ora Saúde está sendo gasto o que tem que gastar em Saúde. Quem não quer gastar em eventos então fecha as secretarias de Turismo, Cultura e Esportes. Vai lá na Câmara, apresenta uma emenda e tira do orçamento estas secretarias já que não é prioridade. A Câmara tem autonomia para isso, pode tirar tudo fora e acabou, vou me curvar à decisão. Eu acho que é importante para as secretarias de Cultura, Turismo e Esportes eventos como estes que estamos atraindo. O Campeonato Panamericano de Judô tinha mais de 200 atletas, a Prefeitura gastou uns R$ 13 mil e só de dinheiro que voltou para cidade nos hotéis deu muito mais, fora a divulgação. Respeito a crítica, mas tenho que dar minha posição, sou a favor. Enquanto eu continuar prefeito, vamos seguir fazendo. Não vamos mais patrocinar lá em Porto Alegre porque esgotou, foi um ciclo. Em março, vai ter aqui o Encontro Nacional de Cidades Turísticas e Históricas. Quando iria vir se não tivéssemos investido? O resultado está começando a aparecer.

SCP – A frase mais ouvida pelos seus secretários nos últimos meses é “por determinação do prefeito Schirmer”. Esta postura tem melhorado sua relação com a comunidade?

CS – Só tem três secretários que dizem isso: Marcelo (Bisogno), Tubias (Calil) e (Giovani) Manica.

SCP – São os mais puxa-sacos?

CS – Não, mas eles têm a compreensão de que as coisas não acontecem por acaso. Tem secretário que apoia o prefeito, tem vereador que apoia, tem oposição.

SCP – Tem oposição? Onde?

Troco para dupla Rio-Nal: “me surpreendi como o Dr Adede levou três anos para ver essa assunto”

CS – Tem, na Câmara. Por exemplo, o negócio do Carnaval lá de Porto Alegre teve crítica na Câmara. A crítica foi à secretaria de Turismo ou Cultura? Não, foi a mim, prefeito. Se sou o responsável por tudo o que é de ruim, tenho que ser responsável por tudo o que é de bom também. E sou o responsável. Não estou delegando para ninguém a responsabilidade das coisas certas ou erradas que acontecem na Prefeitura de Santa Maria. Sou eu o responsável. Não faz sentido serem as coisas ruins para o prefeito e as boas aos secretários. Não há determinação minha para dizer: “por determinação do prefeito Schirmer”.

SCP – Não vamos discutir a política de comunicação, mas acontece que os secretários repetem tanto a frase…

CS – Teve um rodeio aqui, do César Paraná. Não tem dinheiro da Prefeitura lá. Ele esteve aqui, pediu apoio e ajudamos a divulgar, um apoio institucional. Foram 20 mil pessoas lá. Ai eu recebi algumas críticas na internet dizendo que a Prefeitura patrocinava a maltratarem os bois. A crítica foi para mim.

SCP – Este tipo de evento ajuda a divulgar?

CS – Ajuda. Não teve apoio financeiro da Prefeitura, mas é um evento relevante. Se o César Paraná voltar ano que vem e colocar na televisão vai vir muita gente jantar e dormir na cidade. É essa concepção que está por de trás. Eu sinceramente, nunca tinha ido a rodeio e nem gosto, mas o César Paraná veio aqui e pediu apoio e nós vamos apoiar sim porque isso é bom para a cidade. Por exemplo, Judô eu não gosto, Tênis eu acho monótono, mas são importantes para a cidade.

SCP – E dinheiro para o Inter/SM e Riograndense?

CS – Foi dado em troca de prestação de serviço e eles não cumpriram sua parte. O que foi dado de dinheiro foi colocado como dívida ativa há mais de oito meses. Não cumpriram o contrato feito com a Prefeitura nenhum dos dois. Não foi uma doação, eles tinham obrigações e não cumpriram lá atrás. Eu me surpreendi como doutor Adede (João Marcos Adede Castro, Promotor de Justiça), por quem tenho o maior respeito, levou três anos para ver este assunto. Foi no meu primeiro ano de governo. No segundo já nem teve isso por que não fizeram o que estava convencionado, a contrapartida. O Valdeci só fez isso no último ano de governo dele e o Adede só viu agora, quatro anos depois. Com todo o respeito, ele poderia ter visto isso antes, lá no primeiro ano do Valdeci e entrado com uma ação, logo eu obviamente não teria feito.

SCP –  Para finalizar, que nota o senhor daria hoje para o seu governo, de 0 a 10? Por quê?

Tem oposição? Onde? “Tem, sim, na Câmara”

CS – Oito. Avançamos significativamente nas mais diferentes áreas. Me atrevo a dizer com todo o respeito, não é nada de vaidade, com três anos de governo, pode olhar para traz em todas as áreas – não pode comparar três anos com dez, é impossível, mas compara três anos com três anos de quem passou por aqui – que eu fico muito a vontade para dizer que fizemos muito na saúde, educação, infraestrutura, mobilidade, transporte, cultura, turismo, habitação, praças, iluminação pública e ruas. Está tudo perfeito? Claro que não, mas estamos no caminho certo. A média, o rumo, a trajetória, é assim que se avalia. Muito conscientemente, sem nenhuma pretensão e não é só em Santa Maria, nós avançamos muito. A área que você quiser analisar eu me proponho a esmiuçar qualquer uma delas com o maior prazer porque assim mais eu vou mostrar que estamos fazendo muita coisa. A população sabe de tudo isso? Eu acho que não, porque em alguns momentos divulgou-se mal, não se “antenou” para a questão de que se o mundo não sabe, não existe. A nota é boa e ainda se tem muito a fazer. Não cortem o meu mandato, não me tirem um ano de governo. Eu não vou antecipar a eleição, vai ser de julho a fim de setembro e, independente do que aconteça, ainda vou trabalhar outubro, novembro e dezembro.

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