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Entre autores, arte, cultura e tantas outras coisas – por Marilice Daronco

Foto Dartanhan Figueiredo

Não entendo (quase) nada de música. Exceto por ter tocado cai cai balão algumas vezes na flauta doce quando era criança, poderia dizer que o meu talento para tocar algum instrumento é nulo (na melhor das hipóteses). Mas até eu sei o quanto a música faz bem para a alma.

Durante alguns dos momentos mais turbulentos, sempre procurei refúgio em canções que foram muito mais eficientes que os medicamentos com prescrição médica. Que o diga Cazuza que tocou até o CD riscar na época da faculdade, que o diga O Teatro Mágico que deu giros no Spotify enquanto escrevia minha dissertação.

É por acreditar nesse poder da música que este mês fiquei extremamente feliz em ver o Theatro Treze de Maio lotado para um show do EntreAutores. Feliz da cidade que consegue ver subirem no palco de seu principal ponto cultural umas 15 canções todas de autores locais, cantadas por cantores locais, acompanhados de músicos locais. E não era qualquer música, não. O que os artistas do EntreAutores (que bem poderia se chamar Encantadores) fizeram foi dar uma demonstração pública da qualidade do som produzido em Santa Maria.

Foto Dartanhan Figueiredo

Não foram poucas as vezes que ouvi: não há atrações culturais na Cidade Cultura. Frase que, quando carrega em si verdades, causa ferida quase fatal. Felizmente, tenho visto esse cenário mudar muito e, na minha singela opinião, boa parte dessa mudança está nos próprios artistas da cidade os quais têm oportunizado encontros muito interessantes tanto nos locais tradicionais, como o palco do Theatro Treze de Maio, quando em palcos alternativos, a exemplo do que faz o Teatro Por Que Não? Na esfera do teatro, a exemplo do que faz o EntreAutores na música.

Há três anos na cidade, os EntreAutores mudaram de casa. A Esquina 249 já não é mais o espaço do pessoal que, agora, passa a encantar a Vila Belga, onde tantas vezes já se apresentaram.

Ouvindo o show no Theatro, me encantando com cada letra, com cada apresentação poderosa e empoderada, ouvi, entre tantas pérolas, a canção do Robson Thomas Ribeiro, que diz: “certo dia a flor pequena ouviu um canto baixinho e viu com seus próprios olhos o menino virar passarinho”. De certa forma, acho que é isso que acontece com cada um de nós quando vê esses músicos no palco: vira passarinho e voa longe, longe, longe. Um voo alto e preciso como merece cada um dos EntreAutores.

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