O conclave (3). Ele ainda não caiu. Talvez nem caia. Mas o governo projeta futuro sem Renan
Ninguém sabe, como você leu em nota anterior, se Renan Calheiros será ou não cassado por seus pares, na sessão secreta do Senado, no final da manhã desta quarta-feira. Qualquer prognóstico não passará de palpite, como também já escrevi.
No entanto, o governo, que discretamente torce pelo alagoano, não parece esforçar-se efetivamente para mantê-lo. Talvez porque entenda que não tem condições para isso. Ou porque quer que seja substituído – embora até as pedras duvidem disso.
O que é certo, porém, é que o Palácio do Planalto já trabalha com a possibilidade de não contar com Renan na presidência do Senado. O melhor dos mundos, se Renan continuar, é que ele se licencie. Nesse caso, assume o primeiro vice, o petista Tião Viana. A renúncia ao cargo, outra possibilidade, imporia uma nova eleição.
Aliás, também será isso que acontecerá, um pleito para escolher o novo presidente, se a cassação se efetivar. E aí, bem, aí, é uma briga de foice. Em tese, o PMDB apresentará um nome, como maior bancada. Mas poderá ter dois. Um, pró-governista, quem sabe José Sarney ou Gerson Camata. E outro oposicionista, com apoio do DEM e do PSDB, Jarbas Vasconcellos.
Em qualquer circunstância, é pouco provável que ocorra disputa. E o governo terá dificuldades para emplacar um aliado. Mas isso é apenas opinião. Não informação. Afinal, o senado é o senado. E o poder de atração governista, que é maior na Câmara dos Deputados, também não é desprezível na chamada câmara alta.
Em todo caso, tudo, neste momento, é mera especulação. Vai depender do resultado da votação secreta que sela o destino de Renan. Mas, logo depois, a articulação começará. Com qualquer resultado. Pró ou contra o senador que hoje preside o Senado e o Congresso.
SUGESTÃO DE LEITURA – confira aqui a reportagem Governo já trabalha com saída de Renan, de Eduardo Militão, no Congresso em Foco.
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