Este editor continua sem saber qual a razão por que o blogue do Vitor Biasoli se chama “A louca que passa”. Mas respeita cada vez mais esse amigo e professor, pela lucidez, combinada com a leveza do texto, como mostra algumas coisas que passam bem longe dos sítios oficiais das entidades que patrocinam as greves na área educacional nos dias de hoje.
Este sítio tem dado espaço, com o direito, claro, a sua própria interpretação, a essas fontes, digamos, oficiais do movimento. Mas, agora, também se permite trazer outros olhares. Um deles pode ser percebido no texto de Biasoli. E aí você pode interagir como achar melhor. Confira um trecho, a seguir:
“Na Praça da Matriz
Em 1987, participei da ocupação da Praça da Matriz, em Porto Alegre, promovida pelo CPERS (Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul). Pedro Simon era governador, rompera o acordo feito pelo governo anterior (Jair Soares), que “garantia” ao Magistério um piso salarial de 2,5 salários mínimos, e os professores se indignaram. Simon não quise comprometer o erário com a educação e o Magistério respondeu com uma greve gigantesca. Mas fomos escandalosamente derrotados. Um massacre!…
… Mas havia o sino, dependurado numa árvore, que era tocado o dia inteiro. Um sino de escola – uma variação encorpada da tradicional sineta – que todos queriam badalar, para expressar a sua indignação com o governador. Chegava uma comissão de professores de longe (de São Gabriel, por exemplo) e a primeira coisa que a turma queria era tocar o sino da praça. Logo veio uma comissão de moradores locais e informou que o sino ecoava nos seus apartamentos. O sino incomodava os moradores e houve uma negociação com a direção do acampamento. O uso do badalo passou a ser disciplinado e não era mais tocado depois do anoitecer até o outro dia de manhã.
Escrevo isto porque, outro dia, me incomodei com os grevistas que ocupavam a Reitoria da UFSM. Uma estratégia de confronto desnecessário, do meu ponto de vista – e deselegante também. Lembrei dos usuários da Praça da Matriz, dos moradores do entorno da praça, e dos mendigos que, à noite, vinham dormir nos bancos…
Meu amigo Joãozinho (mais tarde diretor do Colégio Júlio de Castilhos) era da direção do movimento e logo percebeu que precisávamos administrar o problema dos mendigos. Eles não formaram nenhuma comissão e meu amigo se adiantou. Tratou de liberar alguns bancos, durante a noite, para…”
PARA LER A ÍNTEGRA, CLIQUE AQUI.
PARA LER OUTROS TEXTOS DE VITOR BIASOLI, CLIQUE AQUI.
Puxa vida, Claudemir, que honra tem minha crônica citada na tua “coluna”. Valeu.
Um dia explica o porque do nome A LOUCA QUE PASSA.
Lembra o poeta Prado Veppo?
Tenho saudades desse poeta que sabia cantar os loucos, as loucas, os desvairados do mundo.