EDUCAÇÃO. Uma professora municipal desabafa, em carta ao sindicato da categoria

Encerrou na quarta-feira, sempre com grande presença, a segunda edição do seminário “Educação em Foco”, promovido pelo Sindicato dos Professores Municipais. Ao final, um manifesto enviado por uma docente ao sindicato, chamou a atenção. Pela crueza com que as questões são colocadas e a disposição para o trabalho e também para a luta pela categoria.
São críticas severas, inclusive ao que considera “a arrogância” como foram recebidos no início do ano letivo. E ao mesmo tempo muita consciência, que é fundamental. Publicado originalmente no sítio da entidade, com a autorização devida, reproduzo o texto a seguir, na íntegra, com foto de Neimar Iop:
“Professor Municipal, uma tarefa árdua.
À equipe SIMPROSM e todos colegas professores:
Como trabalhar com nossas crianças uma educação de qualidade, com tantas prioridades faltando nas escolas?
Ao encerrar o III Seminário Educação em Foco, percebo que teremos mais um ano de luta, de falta e de muito trabalho em prol da educação. Para nós, trabalho não é o problema. Mesmo sem as condições necessárias, todos dão o seu melhor, dedicam-se desempenhando atividades que, muitas vezes, não seriam de sua responsabilidade.
Nas escolas, direção e equipe realizam várias atividades: campanhas, rifas, festas, risoto e por aí vai, para arrecadar as verbas faltosas que o governo deveria suprir. E quando você menos espera, o governo é capaz ainda de “encher a boca” e dizer que ajudou a escola a construir um refeitório, uma sala, uma pracinha…
Não se iludam colegas, a prefeitura não é capaz nem de pagar o ônibus para um passeio da escola…Porém, o “aumentozinho” de vereadores e afins, não pode faltar… para o professor de 3 a 6 % é o suficiente – dizem eles – ah, e é parcelado colegas!!!
Eu acredito que os professores não irão cair nesta conversa, “balela” de campanha, euforia do dia da posse … Devemos estar informados das verdadeiras realidades escolas, Vamos acordar, abrir nossos olhos, não ter medo de reivindicar o que precisamos. Não serão ameaças que nos farão desistir! Se exigem trabalho, postura, ética, exigiremos condições de trabalho. Não somos máquinas e sim pessoas merecedoras de respeito e consideração! Se existem taaantooos atestados, será que não é porque o professor está doente, sobrecarregado, estressado e com péssimas condições de trabalhar?
A conversa imposta é rígida e com a ilusão que serão resolvidos todos os problemas do dia para a noite… E a nossa realidade conhecemos bem, na falta de tudo o professor segue trabalhando e às vezes, comprando com dinheiro do seu bolso. Lembram, no início do ano passado que até a merenda faltou nas escolas?!
O discurso é muito bonito: “- Não faltará dinheiro para a educação!” Onde está o dinheiro? Ou está mal aplicado ou desviado?!
Contudo, nós seguiremos sempre preocupados com nossos queridos educandos… O ano letivo inicia novamente com muitas dificuldades! Mas nós, mais do que nunca, não devemos desanimar. Desta vez, devemos nos unir mais ainda e encher as assembléias para discutir, decidir, organizar, mobilizar a todos os colegas e reivindicar nossos direitos e uma educação de qualidade.Sobrepondo-nos contra a tamanha arrogância que fomos recepcionados neste ano.
Simone Raquel Robaert
Professora de Educação Infantil”
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