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MENSALÃO. Um julgamento sem fim, diz Tarso. Até porque é um “processo político e altamente politizado”

O governador gaúcho publica, regularmente, artigos no portal Carta Maior. São reflexões que, habitualmente, não receberiam espaço na mídia tradicional. Dito isto, é importante ressalvar – até para que entenda o que Tarso Genro pensa – que ele não morre de amores por José Dirceu. E isso é histórico, dentro e fora do PT.

Assim, se trata de uma reflexão importante, à esquerda do espectro político/ideológico, a que ele faz a partir do julgamento da Ação Penal 470, também conhecida como “processo do mensalão”. É um tema que precisa ser discutido, sobretudo pelos que entendem a democracia como algo fundamental. Não aquela formal, necessariamente, mas a que muitos cidadãos gostariam de ver implantada no Brasil e pela qual muito se lutou.

Não, ninguém precisa concordar. E o editor, inclusive, tem algumas (pequenas) ressalvas. Mas vale a pena ler. Nem que seja para se contrapor. A seguir:

O julgamento que não terminará

O Ministro Lewandowsky, que escolheu o princípio da presunção da inocência e o fundamentou, nos casos de Genoino e Dirceu, tem sido hostilizado, não só na imprensa como em alguns lugares públicos. O ministro Joaquim Barbosa, guindado à condição de herói nacional pela revista Veja, tem sido aplaudido e incensado pela imprensa em lugares públicos. Conhecendo e respeitando a integridade de ambos, imagino que mesmo em situações – que são meramente conjunturais – diferentes, devem estar se perguntando porquê tudo isso. Ambos cumpriram os seus deveres como Ministros da Corte mais alta da República, mas recebem reações diferenças, na sociedade e na imprensa. Não pende, sobre nenhum dos dois, qualquer mancha moral e ninguém duvida dos seus conhecimentos e da sua capacidade como juristas, mas eles tem um tratamento jornalístico e social desigual. Por quê?

Quero opinar um pouco sobre isso, porque creio estarmos num momento importante da vida democrática nacional. E a minha opinião não é sobre fatos e condutas, que determinaram o processo judicial em julgamento, porque, a não ser a respeito de Genoino, de quem fui amigo pessoal por décadas (poderia depor a respeito da sua integridade moral e sua honestidade e sobre a convicção de que não teve nenhuma conduta dolosa), não convivi, não conheço a personalidade, a vida pessoal e mesmo política de maneira suficiente, de nenhum dos outros réus. Sobre José Dirceu e os demais réus, não posso ter juízo “jurídico” sobre os fatos que ensejaram a ação penal, mas posso afirmar, também sobre José Dirceu -que é a personalidade mais forte do julgamento – que certamente foi condenado sem obediência ao princípio da presunção da inocência…”

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3 Comentários

  1. Se o governador entende tanto de Constituição, por que diversas leis importantes para o projeto político do mesmo foram consideradas inconstitucionais? Ele leu as 55 mil páginas dos autos?
    Existe bipolaridade Barbosa-Lewandowsky, as condenações não foram por maioria?
    O problema do controle unilateral da formação de opinião é somente porque o controle não está na mão do PT?
    Se o governador não está contente com a opinião pública e com a mídia, que se mude para Cuba. Lá para onde mandou os boxeadores. Lá só tem um orgao de imprensa e uma opinião.

  2. É tudo culpa da “mídia de direita”. Assim o PT e, nesse texto, o nosso Governador define. Tá resolvido. Não houve desvios. Marcos Valério nunca existiu. O caixa 2 não depositou dinheiro para Duda Mendonça em conta no exterior. O presidente estadual do PT, no RS, não foi condenado a pagar cestas básicas por não ter declarado ter recebido mais de R$ 1 milhão do esquema de Marcos Valério. Enfim, a “presunção de inocência” é que deve prevalecer a frente dos fatos concretos e ao ataque da mídia “direitosa”. Aplique-se logo o “cala boca” na imprensa e os Ministros do STF, reconhecidos pelo notório saber jurídico, não serão mais influênciados. Simples, não parece?

  3. São momentos que falar só por falar o melhor é não falar.
    Para quem disse na época que deveria ser REFUNDADO O PT e, agora vem a tona que o mensalão do Estado para eleição ( derrotado à época) foi “julgado” e penalizado o pessoal do staff no partido com meras cestinha básica e parceladas, o melhor é não falar e aproveitarmos para fazer a tal reforma política com uma meia dújzia no máximo de partidos.
    Quanto ao Supremo, o povo reage porque também quer as punições: uns por x anos e outros por Y anos.
    Só um terá pena perpetua em sua consciencia que o Lula. ELE NÃO SABIA DE NADA…..

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