ARTIGO. Tarso Genro, a política e o futuro (próximo e nem tanto) do PT, pós-Ação Penal 470. Ah, e a mídia
Tarso Fernando Genro é um maiores intelectuais do PT. Um pensador da política, enfim. Com uma diferença, ou acréscimo: é também operador político com a experiência de mandatos consecutivos como deputado federal, prefeito de Porto Alegre, ministro de pastas como a Justiça e a Educação, e governador do Rio Grande do Sul.
E se trata, também, de um dos articuladores, no que toca à doutrina partidária, do que se poderá ver a partir de agora, passado o julgamento da Ação Penal 470, também conhecida como “processo do mensalão”, e que condenou vários importantes nomes petistas. Se está falando, aqui, de luta política. Fundamental para o desenvolvimento da sociedade e de uma nação.
Que papel está reservado ao PT? E quem são seus oponentes? De que forma se articula a oposição e como o partido irá enfrentá-la, sabendo, inclusive, que ela tem forte presença midiática? E em 2014, o que pode ser esperado e o que devem fazer os petistas?
Disso tudo e mais um pouco, Tarso trata em excelente (no conteúdo e na forma, admitindo-se, claro, o contraditório – afinal, é um texto que tem lado bem definido e com o qual a concordância total seria burra) artigo publicado no portal Carta Maior. A seguir, um trecho:
“Alfred Döblin faz lembrar nosso glorioso PT e outros tantos anos novos…
… Aponto dois motivos básicos, que são fortes para manter a Ação Penal 470 -e a manterão por muito tempo – como o centro de todas as estratégias políticas da direita, em geral, e da oposição midiática, em particular. O primeiro motivo é que, através da judicialização do processo político, poder-se-á criar a ilusão que é possível escrever um novo Brasil -mais decente e mais democrático- por fora da política, logo, principalmente através de decisões do Poder Judiciário, que é pouco influenciável pelos movimentos sociais populares e muito influenciável pela “opinião pública” da mídia conservadora.
O segundo motivo, ligado ao primeiro, é que este “deslocamento” da luta política para o âmbito do Judiciário poderá funcionar como uma alternativa à hegemonia do PT e da esquerda no âmbito eleitoral, já que a oposição conservadora, que sucateou o Brasil quando esteve no poder (representada pelo demo-tucanato) não ofereceu, até agora, nenhuma esperança de poder nos próximos anos. Assim, o Poder Judiciário, erigido -como está sendo proposto- à condição de grande menestrel da moral pública e da ética política, poderá transformar-se no centro político da vida política nacional, esvaziando a luta ideológica, programática e política, entre os partidos, nos movimentos e no Parlamento.
É construída, desta forma, a substituição dos Partidos, do Parlamento e dos movimentos sociais, pelo Poder Judiciário, através deste processo de “judicialização da política”. Sobre esta judicialização, o voto popular não pode exercer nenhuma influência direta ou visível, pois sobre o Poder Judiciário os jogos de influência são absolutamente restritos, totalmente elitizados e manipuláveis por poucos grupos sociais, o que, aliás, é normal em todas as democracias do mundo, como sempre analisava e reconhecia o…”
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O Cláudio Cunha fez um relato brilhante do que é o governo do PT e das mudanças do Brasil com Lula e Dilma.Não tem direita raivosa nem midia arcaica que mude essa realidade.
Parabéns pelo brilhante comentário do senhor Cláudio Cunha.
Creio que o futuro do PT e das esquerdas está delineado. Terá solavancos lógico, mas será na condução do País como Nação, dando direito a todos brasileiros acessar as políticas públicas. Também deve ser destacado que há muito a fazer, mas muito já foi feito em apenas doze anos, avanços inquestionáveis e por mérito único e exclusivo do PT (bem como de seus apoiadores e aliados) em implantar políticas que esfarelaram dogmas tidos como inquebrantáveis. Bolsa Família, Cotas, Fortalecer e qualificar o Estado através de concursos públicos, reduzir juros (bancários e dos cartões de crédito), espraiar o crédito, massificar o acesso a energia elétrica e água, fortalecer a agricultura familiar (PRONAF, PNAE, PAA) e muitos etc. dão conta disto. Claro que o PT tem e deve se preocupar com seu futuro, mas creio que a preocupação maior é com aqueles que estão sempre tramando algo, seja via mídia conservadora ou stf. E nesta parte do artigo nosso governador é brilhante. Por isto deve-se estar atento e forte, pois o golpe (se, e quando vier) virá daí, seja ele explícito ou implícito.
Claudemir,
sobre o futuro do PT, o Diretório Nacional convocou o 5º Congresso para o começo de 2014. O texto da convocatória é também um bom texto de auto-reflexão sobre o partido:
http://www.pt.org.br/arquivos/CONVOCATORIA_5_CONGRESSO_PT.pdf