Um reencontro do Brasil com a sua história – por Daniel Arruda Coronel
No dia 6 de dezembro, quando se completam trinta e seis anos da morte do ex-presidente João Goulart, a Câmara dos Deputados fez a devolução simbólica dos cento e setenta e três deputados cassados pela ditadura militar. Infelizmente apenas vinte e nove estão vivos. Dentre os homenageados, estão o ex-governador Leonel Brizola, Rubens Paiva e Almino Affonso.
Embora este ato não repare as atrocidades e monstruosidades que foram feitas no período mais negro da história brasileira, é uma forma de a Câmara dos Deputados, nos últimos anos tão criticada, dizer à sociedade que repila a ditadura e mostrar que respeita as escolhas soberanas que o povo brasileiro fez, mas que a ditadura ignorou e desrespeitou, através de mentiras, calúnias, difamações, cassações e torturas de um regime que, a pretexto de salvar a sociedade do comunismo, deixou um legado extremamente nefasto à sociedade.
Por mais que ações e homenagens como estas sejam feitas, por mais que indenizações sejam pagas às vítimas da ditadura, dificilmente isto irá reparar o drama, a dor, o sofrimento e a perda que várias famílias tiveram ao não saber notícias de seus familiares e amigos, ou terem que conviver com explicações torpes como a dada pela morte do jornalista Vladimir Herzog. Mas é uma forma digna de mostrar que o parlamento brasileiro, que em sua maioria foi conivente com a ditadura, quer fazer justiça e se retratar por não ter tido maior pujança e ações mais contundentes contra este regime acéfalo que perdurou no Brasil, por vinte e um anos.
Enfim, por maior que seja o desencanto atual com a política brasileira e com nossos representantes, a cada quatro anos temos a oportunidade de mudar tal situação, elegendo representantes comprometidos com um projeto de desenvolvimento que vise à melhor distribuição da renda, a mais empregos, a melhores investimentos em cultura e educação. Neste sentido, são pertinentes as palavras de Winston Churchill: “A democracia é a pior forma de governo, salvo todas as demais formas que têm sido experimentadas de tempos em tempos”.
P.S. Gostaria de agradecer ao Claudemir por este generoso espaço de comunicação que tem me proporcionado deste abril deste ano e desejar a ele, aos seus leitores e colaboradores um Feliz Natal e um ótimo 2013 com paz, saúde e alegrias.
Seo Claudemir, não tive acesso a Tese por inteiro. Para contrabalancear, sugiro leitura, a uma suposta entrevista de Marcola, líder do PCC, ao jornal O Globo, feita por Arnaldo Jabor.