ECONOMIA. Ficou mais barato morar no município em 2012, aponta Índice do Custo de Vida em Santa Maria

POR MAIQUEL ROSAURO

O ano de 2012 foi melhor que o seu antecessor para o bolso do santa-mariense. É o que mostra o Índice do Custo de Vida de Santa Maria (ICVSM), divulgado mensalmente pela Unifra.

O estudo tem como coordenação geral o professor Mateus Sangoi Frozza; analista econômico, Rafael Pentiado Poerschke; coordenador de estatística, professor Valduíno Estefanel e coordenação do curso de Ciências Econômicas da Unifra, professora Taize de Andrade Machado Lopes. Leia abaixo a análise do ICVSM feita para o ano de 2012:

A variação acumulada do custo de vida em Santa Maria alcançou nos últimos 12 meses 5,66%. Já no ano de 2011, o valor acumulado foi de 7,59%, ou seja, essa taxa decaiu em cerca de dois pontos percentuais em relação a 2012. Esse fato, somado a “safra” de intempéries marcou 2012 com acontecimentos políticos e econômicos, como o mensalão, a reeleição do presidente americano Barack Obama, políticas baseadas no consumo via desoneração tributária, queda na taxa de juros e a recessão econômica na Europa.

O resultado apresentado no Índice do Custo de Vida de Santa Maria (ICVSM) no ano de 2012 reflete a intervenção direta do governo na economia em setores específicos, considerados estratégicos.

Basicamente, existem duas formas de se estimular a economia frente a uma provável crise e recessão econômica: a utilização de política monetária e fiscal expansionistas. A primeira política normalmente compreende reduções na taxa de juros básica (Selic), o que já vem sendo utilizada pelas autoridades monetárias. Outra possibilidade é utilizar-se de uma política fiscal agressiva, com aumento nos gastos do governo e a redução de impostos a fim de aumentar o consumo e estimular a produção. Embora dotada de lógica macroeconômica, os efeitos da redução do IPI e a acentuada queda nos juros, tanto para pessoa física quando jurídica, parecem não estar dando resultados, como anteriormente previstos.

Esperava-se que a redução de impostos e dos juros fosse a sua grande medida repassada ao consumidor final. Na conjuntura economia vigente o governo federal por enquanto se mostra capaz apenas de aplicar mais remendos na economia do que ser efetivamente eficaz. Em âmbito municipal, infelizmente não estamos imunes a novas acelerações inflacionárias, tendo em vista que a economia é interligada a fotos tanto micro quanto macroeconômicos.

Destaca-se no ano de 2012, a alta expressiva da cebola que chegou a ter um acréscimo de +29% no mês de março, o aumento da passagem de ônibus convencional em + 6,5% no mês de abril, da mandioca no mês de maio que atingiu aumento de + 18,4%, no mês de junho, já o tradicional café com leite apresentou variação de + 12,7%. No mês de julho verificou-se aumento no item de maior variação no ICVSM no ano de 2012, a batata inglesa que oscilou em média + 53,5%. Ao iniciar o segundo semestre do ano, o consumidor santa-mariense deparou com o suba do tomate em +29,8%, além de aumentos e quedas provenientes das interações da oferta e da demanda por produtos na cidade de Santa Maria.

Para o ano de 2013, as perspectivas otimistas, passam necessariamente pela recuperação dos EUA e da China, nosso principal parceiro comercial, a retomada do crescimento nos principais países europeus pertencentes à zona do euro. No cenário interno, espera-se uma politica industrial voltada principalmente nas áreas de infraestrutura logística como portos, aeroportos, comunicação, estradas e principalmente energia. Num âmbito municipal, vislumbrasse maiores investimentos para consolidação do distrito industrial e atração de novos investimentos voltados a tecnologia e ao desenvolvimento (P&D).