Max Factor, o homem que mudou as faces do mundo – por Carlos Costabeber

Li recentemente a fantástica biografia de Max Factor, um russo nascido em 1877, e que aprendeu a arte da maquiagem quando trabalhava na corte do Czar Nicolau II.

Em 1904 decidiu fugir com a família para os Estados Unidos, onde montou uma barbearia em Saint Louis. Alí, começou a aperfeiçoar suas técnicas em cosméticos.

Naquela época começava a nascer a indústria cinematográfica, e Max acreditou que uma nova e grande oportunidade estava para acontecer. Mas antes de tudo, americanizou o seu sobrenome para Factor.

Mudou-se para Los Angeles, que já era a capital dessa nascente indústria, e lá criou a sua nova empresa (Max Factor and Company), cujo letreiro na fachada anunciava:  “Max Factor , Loja Antisséptica de Cabelos. Perucas sob encomenda. Trabalho de Primeira Linha“.

Essa estratégia atraiu a atenção dos artistas que trabalhavam nos estúdios de cinema, tornando-o a grande referência em cosmetologia.

Amante dessa área, Max evoluiu a cada dia, criando novos produtos para oferecer ao seu exigente público; assim como passou a ser chamado pelos estúdios, para receber encomendas de perucas dos mais variados tipos. Aliás, ele se tornou o fornecedor de todas as perucas e apliques capilares, vistos nas teles dos cinemas.

Com Max, nascia a expressão “MAKEUP” (maquiagem) !

Seus laboratórios desenvolviam a cada dia produtos mais sofisticados e de melhor qualidade, para atender as crescentes solicitações da indústria cinematográfica.

Como era o único a oferecer soluções estéticas para cada necessidade, passou a cuidar da beleza de todos os principais atores e atrizes da época. Max se tornou amigo e confidente da maioria, e ganhou dos mesmos a divulgação gratuita do seu trabalho e de seus produtos. Nessa lista estavam Rodolfo Valentino, Greta Garbo, Mae Murray, “Tom Mix”, Joan Crawford, Jean Harlow, Joan Fontaine, Rita Hayworth, Lana Turner, Marlene Dietrich, Norma Schearer, Elizabeth Taylor, Ingrid Bergman, entre tantos e tantos.

Com a chegada do som ao cinema, as novas técnicas exigiam igualmente novos produtos de maquiagem, gerando constantes desafios químicos.

Em 1928 ele recebeu o reconhecimento de seu trabalho pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, e decidiu construir um grande estúdio em Hollywood, inaugurado de forma estrondosa em 1935.

Já com a saúde bastante comprometida, Max Factor veio a falecer em 30 de agosto de 1938, aos 61 anos de idade.

Seu legado é incomensurável, pois “foi o pai” da, hoje, poderosíssima indústria de cosméticos.

Uma indústria que jamais sofreu com as crises econômicas.

Apesar disso, Max Factor não teve sucessores à altura. Depois de passar pelas mãos de outros investidores, hoje é uma marca de menor expressão, e que pertence ao Grupo Procter & Gamble.

A leitura é recomendável, pois de uma maneira direta ou indireta, estamos todos ligados à crescente “indústria da beleza”. Ainda mais no Brasil, que depois dos Estados Unidos, é o país que mais consume produtos desse segmento.

Boa leitura! Boa semana!