ANÁLISE DO SÍTIO. Bueno, caiu Hideraldo – como não poucos torciam. E agora?

Vamos deixar claro, desde já, para que não paire qualquer dúvida: conheço e gosto do Hideraldo Caron. E não é de hoje. Como, a propósito, lembrou o leitor Ditmar Strahl (advogado na Quarta Colônia, radialista e militante político – não petista, por sinal), outro dia, em mensagem ao editor, via Facebook. O Ditmar e quem assina esta nota (e muitos outros) conhecemos o Hideraldo desde o fim dos anos 70, na UFSM. Mais: militamos juntos, na Casa do Estudante Centro (CEU 1). Ele morava no apartamento 27 (preciosismo apenas para confirmar a história).

Enfim, feita essa necessária (na opinião do editor) observação, não acredito em qualquer ato desonesto que seja creditado a Hideraldo, cuja trajetória é bem conhecida. Apontamentos no Tribunal de Contas do Estado, dos tempos em que dirigiu o DAER? Sim. Processo judicial? Também. Condenação? Nenhuma. Apontamentos no Tribunal de Contas da União? Sim. Processo judicial? Não. Comprovação mínima de desonestidade? Nenhuma. Ponto.

Então, por que caiu Hideraldo Caron da Diretoria de Infraestrutura Rodoviária do DNIT? Ora, política. Para o bem, para o mal, foi o que ocorreu. E, que diabo, gente muito boa de Santa Maria torcia por isso (não provoquem o careca, que ele dá os nomes – de resto, algo desnecessário). Bueno, ganharam o jogo. Mas continuarão sem poder falar “mal” do Hideraldo. Não na minha frente. E na do Ditmar, imagino. Que o conhecemos.

A propósito, confira nota distribuída na sexta-feira pelo deputado federal Paulo Pimenta (PT). E logo a seguir, um comentário claudemiriano. Acompanhe:

“Lamento a saída do engenheiro Hideraldo Luiz Caron de suas atribuições junto ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). Profissional competente e reconhecido pela exímia administração técnica e pela conduta ética e reta. Sua gestão, entre todas da Esplanada dos Ministérios, contribuiu de forma efetiva para os melhores índices de execuções orçamentárias do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

A atitude do engenheiro Hideraldo Caron expressa o seu comprometimento com o Governo da Presidente Dilma. Seu desligamento é motivado pela chamada “governabilidade”, de um governo de coalizão, que cedeu a pressões de aliados políticos que exigiram “compensações” após o afastamento de seus filiados. Discordo desse encaminhamento, pois entendo que esse tipo de solução enaltece a pressão desses setores e partidos que, cada vez mais, tendem a aumentar suas exigências para permanecer na base de sustentação do governo.”

COMENTÁRIO CLAUDEMIRIANO: Hideraldo Caron (e acho que não havia outra alternativa para Dilma Rousseff) caiu porque era o único petista graúdo no problemático DNIT do não menos problemático Ministério dos Transportes. Os outros todos eram do PR. O resto é conversa mole pra boi dormir. E Santa Maria e região?

Bem, perdem seu grande interlocutor em Brasília, na área de infraestrutura. Resta, agora, encontrar outro. Ou torcer para que o que se afirmou na campanha eleitoral local se confirme, enfim: que o prefeito Cezar Schirmer e todos os ministros do PMDB, PDT e PP, além do líder do governo na Câmara dos Deputados, Mendes Ribeiro Filho, possam fazer valer toda essa influência e, com o deputado Paulo Pimenta, consigam garantir os recursos já acertados para a obra da Travessia Urbana. É isso. Ou sentiremos ainda mais a saída do engenheiro formado pela UFSM e ex-morador da CEU-1.

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