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CPI DA KISS. Com galeria repleta de colegas, Major fala, exibe vídeos, se defende e ataca inquérito policial

A foto de Daniela Huberty, da assessoria de imprensa da Câmara de Vereadores, é em si mesma eloquente: não faltou apoio moral ao major Gerson Pereira, o primeiro a depor hoje na CPI da Kiss. Depois, falaram ainda outros dois bombeiros.

Agora à tarde, quem fala são o fiscal municipal Marcus Vinicius Bittencourt e o presidente da Cacism Luiz Fernando Pacheco, ex-presidente do Rundo de Reequipamento do Corpo de Bombeiros (Funrebom). O secretário de Proteção Ambiental, Luiz Alberto Carvalho Jr, apresentou atestado médico e não vai depor, como estava previsto.

Enfim, não se sabe se ajudará em alguma coisa a CPI, no esclarecimento a que se propõe (?), mas o certo é que permitiu que a polícia civil fosse atacada e até, repetindo um argumento de um programa de TV, o inquérito fosse chamado outra vez de “leviano”.

Sobre o que se disse de manhã, com poucas perguntas e muito mais o discurso do oficial da Brigada Militar, acompanhe o relato da assessoria de imprensa da Câmara. O texto é de Clarissa Lovatto Barros. A seguir:

 

Metade da plateia com bombeiros que ouviram o oficial chamar inquérito de “leviano”
Metade da plateia com bombeiros que ouviram o oficial chamar inquérito de “leviano”

CPI ouve integrantes do Corpo de Bombeiros

A Comissão Parlamentar de Inquérito instalada para investigar e apurar fatos e atos relacionados ao incêndio na boate Kiss, ocorrido em 27 de janeiro, dedicou a manhã desta segunda-feira (08) para ouvir o Major Gerson Pereira, chefe do Estado Maior do 4º Comando Regional dos Bombeiros, que falou em nome de Gilson Martins Dias; Vagner Coelho e Renan Berleze, também integrantes do Corpo de Bombeiros. Logo após abertura dos trabalhos, o Major solicitou à CPI espaço para expor atuação dos Bombeiros no dia a dia e no episódio da boate. Após a explanação, foram exibidos trechos do programa Conversas Cruzadas, da TV Com, e também, da audiência realizada pela Comissão Externa da Câmara dos Deputados sobre a tragédia em Santa Maria para ouvir os delegados Sandro Meinerz e Marcelo Arigony.

Com a voz embargada, o Major Gerson agradeceu o apoio de familiares e de integrantes dos Bombeiros, os quais acompanharam a oitiva. “Tenho obrigação de dizer a verdade. Vou dizer a minha verdade como Bombeiro Militar. Alguém que viu o que eu vi”, acrescentando que não compareceu à CPI para atacar ninguém, mas apenas para fazer defesa. “Vou ser defensor ferrenho para que coisas semelhantes não aconteçam. Vi muitas crianças lá que eram amigas da minha filha”, destacou. O Major Gerson, que foi indiciado e denunciado por fraude processual, declarou que fraude é o que fizeram com ele e com os Bombeiros.  “Nunca eu e o Renan tivemos dolo em nada. Quero justiça como todo mundo quer”, enfatizou, declarando esperar que a Justiça tenha possibilidade de corrigir a denúncia do Ministério Público. Enfatizou que nunca praticou fraude processual. Reproduzindo participação do promotor Davi Medina da Silva no programa Conversas Cruzadas, classificou o inquérito como leviano.

Sobre a noite da tragédia, relatou que recebeu telefonema da Corporação perto das 4h da madrugada, informando do incêndio.  “A primeira atitude que tive foi pedir o Plano de Prevenção de Incêndio e a partir das 7h da manhã estava com plano nas mãos”, informou. Sobre o número de pessoas na boate, relatou que autorizou o sargento Renan a buscar na casa da engenheira documento com capacidade no local.   O Major Gerson destacou o profissionalismo dos Bombeiros, informando que há, todos os anos, cursos de reciclagem. “Delegado nenhum tem isso. Não tem o direito de dizer que atendemos mal. Nós sabemos como funciona nosso sistema e eles (delegados) não sabem. Quem pode afirmar que esses homens (bombeiros) não atenderam bem? Eles foram valorosos. Os Bombeiros tentaram salvar as pessoas da maneira mais rápida possível. Na sequência, o Militar solicitou a um dos Bombeiros presentes nas galerias para mostrar ao público o cilindro de oxigênio e o fardamento de combate ao incêndio utilizado pela Corporação. “Se civil fosse utilizar não saberia operar e, portanto, não conseguiria”. O inquérito foi tão mal feito que não sabem que os Bombeiros possuem o equipamento”, opinou.

Após explanação do Major Gerson e da exibição dos vídeos, a CPI passou a oitiva propriamente. A Comissão, integrada pelos vereadores Maria de Lourdes Castro, Dr. Tavores e Sandra Rebelato, contou com a participação na mesa de trabalhos do advogado da Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM), Jonas Stecca.

O Major reiterou que, desde 2007, o cálculo populacional não está previsto no Plano de Prevenção ao Incêndio. “O cálculo que tínhamos foi feita por uma engenheira e apresentado à prefeitura”, explicou.  Respondendo à CPI, informou que o desaparelhamento de pessoal e equipamentos nos Bombeiros é uma realidade que se arrasta há muitos anos. O Major Gerson informou que, no mínimo, 800 pessoas foram salvas na tragédia. “A ocorrência foi atendida a partir de sete minutos. Na chegada ao local, já havia pessoas vitimadas no leito da via”, relatou, acrescentando que foi uma ocorrência anormal.

Na sequência, a CPI ouviu o sargento Renan Severo Berleze. Inquirido pelo representante da AVTSM, advogado Jonas Stecca, o sargento explicou sobre as normas para as edificações, principalmente em relação aos chuveiros automáticos, os sprinklers e também em relação às aberturas exigidas, como portas e janelas. O sargento afirma não ter concordado com o laudo apresentado. Em relação à vistoria feita na boate, o sargento comenta que uma porta estava trancando, o que não configurava a existência de duas saídas. Declara que nenhum bombeiro liberaria uma boate com guarda-corpos obstruindo a saída e que, durante a única vistoria feita por ele, os guarda-corpos não estavam lá. Afirmou ter ido à casa da engenheira Josy Maria Gaspar Enderle pegar os documentos da boate, tendo entregado os mesmos nas mãos do Major Gerson.  O sargento Renan Berleze declarou-se sem condições de responder a mais perguntas…” 

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17 Comentários

  1. Leiam… que algumas coisas aqui estão melhor esclarecidas 🙂 vale a pena ler!!!

    Os depoimentos do Major Gérson da Rosa Pereira e do Sargento Renan Berleze, ambos indiciados por fraude processual, se estenderam das 9h até pouco mais de 12h30min. A intervenção mais longa foi a do oficial, que fez uma explanação de cerca de duas horas, usando para corroborar suas críticas ao inquérito da polícia civil, imagens de debates televisivos, como o do programa “Conversas Cruzadas”, da TV Com (RBS), em que o promotor David Medina elogiava as investigações da polícia, mas chamava as conclusões de “levianas”.

    O Major, que esteve acompanhado durante o depoimento, de um grupo de alunos e também de integrantes do Corpo de Bombeiros, criticou duramente a condução do inquérito policial, que, segundo ele, foi conduzido sem o devido sigilo. Em relação às críticas de que o atendimento realizado na casa noturna, na madrugada da tragédia, teria sido “desastroso”, o oficial ressaltou que foi feito tudo que era possível, e que, os delegados não têm condições de julgar a postura dos bombeiros, pois eles desconheceriam a técnica. Somente um Inquérito Policial Militar (IPM), realizado por policiais militares, com a participação de outros bombeiros, é que poderia, segundo Pereira, apontar eventuais falhas, pois as questões seriam muito técnicas.

    Fraude

    Gérson da Rosa Pereira foi incisivo e embargou a voz várias vezes ao se defender da acusação de fraude processual. Ele, juntamente com o sargento Berleze, foram acusados de incluir um documento relativo ao cálculo do contingente de pessoas presentes na boate Kiss. O major disse que esse trabalho, do cálculo do número de pessoas que deveria haver na casa noturna, conforme a normativa, não caberia aos bombeiros, e que o levantamento feito só tinha caráter informativo. Segundo ele, o documento estava na pasta por um descuido, mas, que não alterava em nada os fatos. “Não sou um traficante para traficar documento, sou uma pessoa do bem”, enfatizou Pereira.

    O oficial do Corpo de Bombeiros também trouxe um componente político ao debate durante a sua exposição. Segundo o major, está se atribuindo aos bombeiros uma responsabilidade que eles não têm. “Queria que tivéssemos mais autonomia para poder fechar um estabelecimento que estivesse com o alvará vencido, mas isso não é possível”. Pereira destacou que os bombeiros sofrem muita pressão política para liberar locais que são considerados por eles, inseguros. Ele deu como exemplo a pressão em cima do Corpo de Bombeiros para a liberação do estádio do Riograndense Futebol Clube. “Muitas vezes, se não cedemos à pressão política, somos transferidos por ordens superiores”, denunciou.

    Vereadores

    Já respondendo aos vereadores, que fizeram poucas perguntas, o Major Gérson Pereira disse que havia equipamentos suficientes para atender ao incêndio, mas, que ao chegarem ao local, sete minutos após o chamado, já encontraram uma situação crítica. Ele, inclusive, mostrou aos presentes os tipos de equipamentos que foram utilizados. Segundo ele, esse material, em boa parte, foi adquirido com recursos do Fundo de Reequipamento dos Bombeiros (Funrebom), sem que o governo estadual ou mesmo prefeitura arcassem com qualquer coisa. Ele defendeu que o município pudesse incluir no orçamento um percentual específico destinado ao Corpo de Bombeiros.

    Questionado se a Operação Golfinho, da Brigada Militar, que transferia bombeiros para o litoral durante o veraneio, prejudicou a atuação no atendimento ao incêndio, ele respondeu que sim, que atrapalhou, e que deixa o estado desassistido nesse período do ano. Contudo, destacou o Major, a falta de contingente e de recursos não é algo recente, mas que se arrasta já faz muitos governos, independente de cores partidárias.

  2. eles são alunos.. será q tu não entendeu? eles não atendem ocorrências.. e todos os bombeiros estão apoiando o Major, pois ele foi lá falar por toda a Instituição e todos os bombeiros que estão envolvidos não processo, tu não leu?

  3. Muitos é melhor que nenhum… e neste paìs de justiça estranha, ver a maioria investigada e apontada, já mostra evolução.

  4. Mas ah Vivente, ainda bem que tu te colocou no meio da manada… sugerir escutar esecialistas?
    Hoje em dia tem especialista em tudo, de tuod quanto é lado,,, melhor é analisar e discernir.
    Desde o principio eu somente espero que cada responsável receba a pena devida. Quero que TODOS envolvidos sejam apontados e recebam a investigaçao pertinente.
    O que cansa é ver certas pessoas se defendendo acusando os demais. Isto não me parece ético.
    Como se o fato de outro TAMBEM ser responsável aliviasse a sua pena. Prefeitura e Bombeiro tem as suas responsabilidades.
    NEste site, ao menos, ninguem reclamou da condução do MP. Nem da polícia. As pessoas, LEIGAS; esperavam que mais gente fosse responsabilizada, é certo, mas parece que com tempo todos estão ficando satisfeitos de ver muitos envolvidos sendo acusados.

  5. Credo! Quanto amargura de uns aqui hein. É um tiroteio pra tudo quanto é lado. Um monte de suposições e acusações, na maioria baseadas em achismos e conclusões ilógicas e infundadas. Ao invés de ficar aqui detonando a tudo e todos, sería bom dar uma olhada no que os especialistas estão dizendo. Afinal, estes estudaram e sabem o que fazem.

    Agora ninguém mais presta: é pau nos Bombeiros, na Prefeitura, no MP, nos comentaristas aqui do sítio, etc. Ou seja, se não vai com o que os delegados disseram no inquérito, não presta.

    Tem gente que grita tanto, mas tanto, que ninguém mais consegue escutar. Quanta ignorância.

  6. Roberto está certo, chega de PALHAÇADA (expressão dele) e vamos ao trabalho… lá na praça dos Bombeiros, recebendo treinamento, analisando projetos e de prontidão para possíveis atendimentos. Próximos a veículos e equipamentos.
    A dispor da população… o tal de contribuinte, que paga imposto e merece proteção.

  7. Exato Roberto, caberia aos bombeiros FARDADOS da foto, estarem trabalhando, dando o melhor de si na guarnição, a disposição da comunidade que os paga e não dando apoio a um oficial.
    Para quem não é do mundo da farda, custa saber que os meus impostos servem para que um OFICIAL convoque seus subordinados para o apoiarem. EM HORÁRIO DE expediente.
    Caso não estivessem de serviço, não deveriam estar usando FARDA.
    Lugar de gente FARDADA é no seu trabalho, seja onde for, não na câmara de vereadores.
    A ditadura militar acabou, acabou o medo da farda. E respeito a ela não se impoe, se conquista, com seriedade e cumprimento da lei.

  8. Bom dia
    Gostaria de manifestar minha opinião, acredito que falar é muito mais fácil do que agir, a mídia muitas vezes ela julga…absolve…culpa, acredito que se não sabemos é melhor não opinar, sou militar (exército) apoiei no dia da tragédia, sei de todas as dificuldades e necessidades de aparelhamentos que precisamos, mas nem por isso vou sair falando, culpar é a coisa mais fácil que tem.
    Todos somos culpados desde o momento que vemos coisas erradas e não falamos, quando votamos, lixo na rua, estacionar em local proibido entre outras, gritar, fazer arruaça é fácil, mas atitude é zero agora já aconteceu, vamos fazer o possível para que não aconteça mais, perdi muitos colegas quem vai julgar é a justiça, se ela é falha e porque tornamos ela assim, então chega de palhaçada vamos trabalhar e dar o melhor de cada um na hora que for necessário.

  9. Dona Beatriz, portavoz do corpo de Bombeiros, favor exlicar o porque os “alunos” estavam neste “apoio2.
    Fazia parte da formação?
    Vai cair em prova? Pode ser a lápis?

    Aluno? Mesmo eles, fardados, deveriam ter motivação para estar no local e APOIAR um superior nao me parece legal (em ambos sentidos).

  10. eles eras todos alunos do corpo de bombeiros… não sabem nem o q falam.. vão se informar melhor antes de dar pitaco em coisas que não sabem.. gente inbecil!

  11. Ele tem é que ACATAR o inquérito policial, Nada de ATACAR.
    Foi este major que repórter da RBS fez chorar?
    E eu achei, na época, a reação dele muito humana… devia estar chorando de vergonha, podia ter evitado muita coisa.

  12. VideoS? Editados?
    Como? Ele sabia o que a CPI iria perguntar?
    Uma CPI tem que fazer perguntas, de preferencia desconcertantes, para levantar OUTROS pontos, pois o depoimento ja foi feito.
    Para mim esta prosa estava ensaiada, preparada,…
    Muito estranho.

  13. Vieram os da operação verão.
    Acho que o novo comandante TEM que dar explicações a comunidade.
    Bem como o sr. Osório comentou, para atender um incêndio uja meia dúzia, para apoiar o chefe mais de 30, todos fardados numa tentativa de intimidar a CPI…
    Nem precisaria farda, a CPI já anda fraca, tem medo até de espirro.

  14. Estes BOMBEIROS estavam a SERVIÇO?
    Estavam com farda logo deveriam estar a trabalho. Qual a legalidade deste presença; Foram CONVOCADOS a apoiar.

    Eis aí uma questão ao novo comandante.

  15. Que barbaridade,em plena segunda de manha mais de 30 bombeiros sentado ma na camara,mais ta bem de efetivo nosso corpo de bombeiro.No dia da tragedia so apareceu 4 que vergonha.

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