CÂMARA. Afinal, por que a CPI da Kiss voltou atrás e decidiu ouvir Sérgio Medeiros? Sítio tem uma suspeita

Como você leu aqui, na tarde passada, a reunião administrativa da CPI da Kiss decidiu por ouvir o ex-secretário de Controle e Mobilidade Urbana, Sérgio Medeiros – em cuja gestão foi aberta a boate objeto da tragédia que matou 242 jovens e feriu mais de 600.

Uma sugestão da bancada oposicionista, Medeiros só poderia ser convidado, segundo os integrantes da CPI, formada integralmente por governistas, porque não é mais servidor da Prefeitura. Os vereadores, diga-se, sempre se mostraram reticentes à convocação.

No entanto, sim, a Comissão tem poder para convocar. Tanto que chamou a arquiteta Liese Basso Vieira – responsável, com outra colega, pelo projeto de reforma do prédio para a instalação da boate e que afirmou à polícia ter sido refeito, após os apontamentos de 29 correções pedidas pela Prefeitura.

Liese não apareceu para depor e a CPI ameaçou com uma medida judicial para obrigá-la. Daí a pergunta feita pelo sítio: e por que não fazer o mesmo com Medeiros? O editor não sabe o que houve no meio do caminho, porém o óbvio “dois pesos e duas medidas”, suspeita, levou os vereadores à decisão desta segunda.

Mas, afinal, o que terá Medeiros a dizer e o que lhe será perguntado? Só se saberá na sexta, quando também deve, enfim, depor a arquiteta. Sobre tudo isso e outras decisões da CPI, acompanhe material publicado originalmente na versão online de A Razão (e que poderá ser encontrado também na versão impressa desta terça), em reportagem (texto e foto) assinada por Luiz Roese. A seguir:

 “CPI da Kiss vai ouvir ex-secretário na sexta-feira…

…A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara de Vereadores de Santa Maria que investiga a tragédia da Boate Kiss anunciou, na manhã desta segunda-feira, os depoimentos que estão agendados para a próxima sexta-feira, dia 31. Às 9h, será ouvido o ex-secretário municipal de Controle e Mobilidade Urbana Sérgio Renato de Medeiros.

O secretário estava à frente da pasta responsável pela fiscalização da Kiss na época em que a boate recebeu notificações para ser fechada, porque ela estava funcionando sem o alvará de localização. Medeiros já tinha sido convidado para depor na CPI, mas disse que não iria comparecer.

Na sexta-feira, também serão ouvidos fiscais municipais do setor de Patrimônio, também ligados à Secretaria de Controle e Mobilidade Urbana. Os depoimentos agendados para sexta-feira de manhã são dos servidores Ricardo Garcia, Antônio Valdemar da Silva e Elsa Prola.

Também na sexta-feira, pode ser ouvida a arquiteta Liese Basso Vieira. Ela foi a responsável pelo projeto de reforma do prédio para a instalação da Boate Kiss com a também arquiteta Cristina Gorski Vieira. Em depoimento à Polícia Civil, Liese declarou que o projeto foi refeito, com as correções dos 29 apontamentos feitos pelo Escritório da Cidade, autarquia do município, e, depois, foi entregue à prefeitura. Ela disse também que recebeu a informação de Alexandre Silva da Costa – na época, um dos donos da Kiss – de que o projeto havia sido aprovado pela prefeitura depois das correções, diferentemente do que a Polícia Civil apurou.

O depoimento de Liese estava pré-agendado para quarta-feira, às 16h, mas outro evento que será realizado na Câmara vai impossibilitar que ele ocorra. Por isso, assessores da CPI entrarão em contato com a arquiteta para checar se ela não pode depor na sexta-feira pela manhã…”

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