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ANTES “DELE”. Quando iniciou a luta por Justiça e Igualdade. E as manifestações de rua no Brasil atual

O editor reproduz, abaixo, artigo enviado por Bruno Wolf Bernardi, bacharelando do curso de Direito do Centro Universitário Franciscano/Unifra. Ele tem a ver com… Bem, confira você mesmo, a seguir:

Momentum

É difícil dizer quando a busca por justiça e igualdade começou. Me arrisco a dizer que foi bem antes de Cristo. Três milênios atrás, com uma civilização começando ás margens do Nilo. Alguns escravos chegam ao seu Faraó e dizem: ‘’Nós, vossa majestade, somos iguais á vós.’’ E o Faraó retruca: ‘’Oh não! Vocês seus miseráveis, devem estar brincando.’’ E eles dizem: Não, não! É o que diz aqui em nosso livro sagrado.”

Agora, voltamos para o nosso século. Mesmo país, mesmas pirâmides, outras pessoas propagando a mesma ideia de igualdade com um livro diferente. Desta vez ele é chamado de FACEBOOK. Multidões se juntam na Praça Tahrir e transformam uma rede social virtual em real e meio reiniciam o século XXI. Não querendo subestimar como foi bagunçado e feio o resultado da Primavera Árabe, nem exagerar o papel da tecnologia, mas essas coisas dão um senso do que é possível quando o antigo modelo de poder, a pirâmide, fica de ponta cabeça, colocando o povo no topo e os faraós de hoje na base.

Também nos mostrou que algo tão poderoso, como informação e seu compartilhamento podem desafiar a desigualdade, porque fatos, assim como pessoas, querem ser livres e quando livres, a liberdade geralmente está bem próxima – mesmo para os mais pobres dos pobres – fatos podem desafiar o cinismo e a apatia que leva á inércia, fatos que nos dizem o que funciona, e o mais importante, o que não, assim podemos consertar, fatos que se os ouvirmos e dermos atenção poderão nos ajudar a conhecer a mais difícil das conquistas que é superar a mais terrível ofensa da humanidade, a desigualdade; Fatos que constroem um poderoso MOMENTUM.

Os fatos nos dizem agora, que a longa jornada por igualdade está se acelerando e a tecnologia está turbinando tudo isso. Vou contar sobre o U-report, que me entusiasma muito, são 150.000 jovens por toda a Uganda, jovens armados com telefones 2G, uma rede social SMS expondo a corrupção do governo e exigindo saber sobre o dinheiro público e a forma como ele é gasto. Isso é emocionante. Ao termos estas ferramentas não há como não usá-las, ao ter esse conhecimento não há como desconhecê-lo. Você não consegue deletar esses dados do seu cérebro, mas você consegue deletar a image clichê do povo suplicante e empobrecido sem o controle de suas vidas; Isso pode ser deletado porque não é mais verdade. Nós de fato, estamos muito próximos de ser a gerão que Nelson Mandela nos pediu para ser? Que luta e conquista a igualdade através da solidariedade e humanidade? Isso pode ser feito com consciência, razão, fatos e porque não, emoções?

O Brasil durante muito tempo ficou sob a sombra do idealismo, e idealismo sem ação não passa de um sonho. Mas idealismo com pragmatismo, vontade e envolvimento, esse sim é empolgante, é real e é forte; E é esse espírito que parece ter sido despertado no coração das dos brasileiros nos últimos dias.

Tenho pensando muito em Wael Ghonim. Ele criou um grupo no Facebook, sobre a Praça Tahrir, no Cairo. Ele foi posto na cadeia por isso, mas eu tenho suas palavras tatuadas no meu cérebro:

”Nós vamos vencer porque não entendemos de política. Nós vamos vencer porque não fazemos jogos sujos. Nós vamos vencer porque não temos uma agenda político partidária. Nós vamos vencer porque as lágrimas que rolam de nossos olhos, na verdade, vem de nosso corações. Nós vamos vencer porque temos sonhos, e estamos dispostos a lutar por estes sonhos.”

Wael está certo. Nós vamos vencer se trabalharmos juntos como um só, não só apontando o que está errado, mas de fato agindo. Porque o poder das pessoas é muito mais forte do que as pessoas no poder.

Há momentos na história em que uma civilização se redefine, e eu acredito que seja agora. Acredito que é esse o momento em que as massas finalmente decidem que a perda indiscriminada de direitos que deveriam ser efetivos não é mais aceitável. O ímpeto tem crescido. Esse ano é crucial pra todos nós, especialmente para os nossos representantes políticos, porque esses sim são os que estão na mira; Afinal, a ação de uma pessoa pode mudar muita coisa, mas as ações de muitos unidos em um só ideal pode mudar um país.

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3 Comentários

  1. Gostaria de parabenizar pela iniciativa do texto, porém como professor de português e militante político, gostaria de fazer apontamentos breves. O seu texto contém certos erros de português, os quais deveriam ser melhor analisados, pois empobrece a narrativa. Como não sou especialista na ciência do direito, fiquei me perguntando sobre a fundamentação dos argumentos do texto. No decorrer do texto, percebe uma falta de apropriação do tema e uma substituição por um discurso vago, um “vai e vem” entre palavras, porém que não dizem nada. O termo com os alunos usam seria “enrolação”.
    Gosto muito do seu blog Claudemir, sempre estou atento as novidades!

  2. Meu amigo, no Antigo Egito não existiam escravos, mas sim servos. Acreditava-se que o faraó era a representação de divindades na Terra e em consequência o povo o servia por livre e espontânea vontade. Confesso que parei de ler o seu artigo quando identifiquei este erro, estou dando o toque para não gerar futuros contratempos. Um abraço e avante!

  3. Concordo em partes. Quando o autor disserta: “Não querendo subestimar como foi bagunçado e feio o resultado da Primavera Árabe,” já reconhece que o resultado, depois das mobilizações, foram governos teocráticos, cerceadores das liberdades individuais, mas, e este mas é o mais importante, alinhado com a “causa” dos eua: petróleo à vontade, barrar o poderio Chinês e a influência Russa na região. Além de ter aliados contra o Irã. O que melhorou de lá para cá? Nada, pelo contrário, piorou. Por outro lado, quando o movimento ocorreu dentro dos eua (os ocupa wall street) que legitimamente queria que o lucro dos banqueiros e do financismo internacional fosse destinado aos estadunidenses, não teve o mesmo impacto e apoio. Inclusive foi criminalizado, pessoas estão presas e esvaziado por agentes infiltrados. Pode-se ver este poder de grande irmão pela coragem da denúncia de Edward Snowden. Então devemos apoiar as mobilizações, desde que o foco seja fortalecer a democracia e a participação popular. Do contrário, há que se ter cuidado.

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