EM DOIS TEMPOS. De manhã, reunião decisiva na CPI da Kiss. À tardinha, familiares trancam rodovia

Não há a menor dúvida. Nesta quarta-feira se define o futuro da CPI da Kiss, que tem ainda um mês de trabalho pela frente. Formada por governistas com o claro objetivo de aliviar qualquer possibilidade de responsabilização da Prefeitura no episódio que matou 242 jovens e feriu pelo menos outros 600, fazendo coro às manifestações do prefeito Cezar Schirmer, a Comissão teve seu rumo modificado. Não por vontade própria, mas pela ação organizada dos familiares das vítimas, presentes em todas as reuniões públicas – exceto numa, logo no início dos trabalhos, e que foi feita quase secretamente, num final de manhã.
Mas, daqui a pouco, às 11 e 30, acontece reunião administrativa da CPI – com a presença de um representante da Associaçãodos Familiares. Nela se define quem será ouvido e quando. Na lista da Associação que representa o interesse das famílias, além do prefeito, também o presidente da Câmara, Marcelo Bisogno (que foi secretário de Mobilidade Urbana). Ao contrário do que dizem integrantes da CPI, o editor apurou que Schirmer não está nada interessado em depor, aconselhado por gente próxima a ele. Da mesma forma que o presidente do Legislativo.
E aí? Aí que não se sabe como se comportarão os vereadores, devidamente pressionados pelos familiares, que exacerbaram suas ações a partir da decisão do Tribunal de Justiça, que libertou os quatro réus presos na Penitenciária de Santo Antão. O jeito é aguardar pra ver.
Já à tarde, mais uma manifestação dos familiares é aguardada. Não mais no centro da cidade, nem mesmo uma caminhada silenciosa. Agora, a ação é para chamar a atenção, meeeesmo. Tanto que será realizada na BR 158 (no entroncamento com a rua Duque de Caxias) que, é a ideia dos organizadores, deverá ser trancada por uma hora justamente no horário mais movimentado, a partir das 5 da tarde.

Como isso acontecerá? Ninguém sabe. Exceto que, se o objetivo é mostrar a disposição por Justiça dos familiares, esse deverá ser plenamente alcançado. Ou alguém duvida? Ah, e por muito pouco não terminou em briga a manifestação ocorrida no final da tarde desta terça, bem no centro da cidade. Os detalhes você tem no material publicado pelo portal Terra. As fotos são de Luiz Roese. A seguir:
“Familiares de vítimas da tragédia discutem com músicos em protesto…
…Em mais uma manifestação para pedir justiça, familiares de vítimas da tragédia da Boate Kiss protagonizaram nesta terça-feira uma discussão com músicos que se apresentavam no calçadão de Santa Maria (RS), no centro da cidade. O bate-boca não se transformou em briga por pouco.
Dezenas de pessoas participavam da manifestação dos familiares, que começou na praça Saldanha Marinho, a principal praça da cidade. Após uma caminhada pelo calçadão, o grupo estava quase de volta à praça quando cruzou por um grupo de músicos que fazia uma apresentação, dentro das comemorações do aniversário de 155 anos de Santa Maria. Eles não pararam de tocar, o que desagradou alguns familiares, que pediram respeito. “Para respeitar, tem que ser respeitado”, disse um dos músicos ao microfone, provocando a revolta entre alguns manifestantes…”
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Não estou me omitindo à luta… Estou simplesmente diagnosticando o que acontece. Sería interessante fazer uma pesquisa entre os manifestantes para apurar se os mesmos se recordam em quem votaram nos últimos 2 pleitos eleitorais. Se se recordam em quem indicaram ao parlamento, que é o local de discussão legislativa, que é o lugar onde as leis que poderíam ter evitado essa tragédia deveríam ter surgido.
Todos se levantam em busca de justiça, mas a justiça que existe(baseada em leis) é a que foi feita por nossos representantes, eleitos com o nosso voto.
Sei que dói o coração, sei que é complicado pensar nas pessoas e não tê-las mais alí. Também sofro com isso. Mas sei que o problema está na raiz socio-cultural da sociedade brasileira e não neste caso pontual aqui da cidade.
Os nossos políticos são reflexos diretos da nossa não participação dos debates democráticos que envolvem a rotina do cidadão brasileiro.
A maioria da população se mobiliza qdo há alguma coisa a ferindo diretamente, particularmente. Infelizmente ninguém mais se preocupa com o bem estar e desenvolvimento geral da nação.
Vivente e boca grande – desculpem discordar de vocês! A posição que estão assumindo me lembra daquela posição passiva que o povo brasileiro assume perante a corrupção reinante nesta terra brasilis! Pergunto-me porquê? Não será pq no fundo também são assim? não será pq se aparecer oportunidade tb agirão assim? Seja no trânsito (tudo para passar 5 metros a frente), seja na vida diária onde se fura fila, prova-se uma fruta no mercado… deslizes diários que os torna intolerantes a dor que tem como consequência o protesto, a revolta, a busca por justiça, a coragem de sair a rua para denunciar quem assassinou. Espero que não estejam construindo o seu próprio destino ao menosprezar o desejo de justiça de toda uma sociedade.
“De nada adianta criar leis. Em alguns casos, basta adequar em alguns casos. Pois muito antes dessa triste tragédia que levou nossos filhos e filhas, já existiam estas leis, e não foram cumpridas. Inclusive a proibição daquela espuma. Tanto é verdade que boates e clubes foram fechados. Cabe a esta casa fazer a verificação muito antes desse fato e ver documentos anteriores. Então, apontar culpados pelo não cumprimento do dever. Pois culpados existem.
@Vivente
Ao sr. parece corriqueiro 242 jovens perderem a vida num mesmo dia e local.
Toda a imprensa “botou pilha”, os delegados mais ainda… Se tudo fosse tratado racionalmente, dentro do que a lei permite, desde o começo, nenhuma super expectativa tería se criado dentre os familiares das vitimas e muito provavelmente o luto estaría sendo enterrado aos poucos pelo tempo.
Agora há um levante contra tudo e todos! Uma raiva desgovernada toma conta desses familiares que estão imersos em uma profunda e desesperadora doença, chamada depressão.
Perdi um ente muito próximo nesta tragédia e por muitas vezes me vi tentado entrar nessa onda. Mas graças a pequeníssima experiência jurídica que possuo, não me deixei levar.
A depressão cega! E sem enxergar fica mais difícil caminhar.
Paz à todos!
Gente vamos falar sobre esta tragedia e o que esta acontecendo na cidade, eu tambem ja perdi entes querido e estou até hoje inconformado, mas não é por isso que me vou para o centro da cidade brigar com quem não tem nada com isso, trancar o transito de quem tem horario para cumprir, eu acho que as manifestações deveriam ser feita onde vão julgar os recursos e não onde esta acontecendo isso, para isso tem justiça não é o povo que julga, me perdoe.
“o editor apurou que Schirmer não está nada interessado em depor, aconselhado por gente próxima a ele. Da mesma forma que o presidente do Legislativo”
Mas nada impede que a C.P.I, os convoque, pois como diz a vereadora M.Lourdes,é para esclarecer no ambito da prefeitura.
Intime-os. Como diz à lei.