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DITADURA? Um ano antes dos protestos, setores da classe média a defendiam. E são os que mais perdem

O artigo que você lerá abaixo foi publicado originalmente no jornal A Razão em 20 de março de 2012. Poucos prestaram atenção, talvez. Mas o texto já demonstrava a necessidade de defender, sempre, a democracia. E mais: havia quem praticamente antecipasse o que viria ano e pouco depois e, sobretudo, quem estaria na linha de frente das manifestações que assistimos há coisa de um mês, já.

Mais importante, porém, é a reflexão sobre os possíveis resultados e quem mais seria prejudicado com uma mudança na ordem institucional: exatamente aqueles que supõem liderar os protestos de hoje. O autor do artigo premonitório (e correto) é o advogado Jorge André Irion Jobim, de cujo blogue o editor extraiu o texto que, por oportuno, vale a pena conferir:

Um tiro no próprio pé

Por mais estapafúrdio que pareça, nas últimas semanas tenho escutado murmúrios de alguns beócios, defendendo o retorno de uma ditadura militar no Brasil entendendo que isso seria a única solução para este país. Em regra, são indivíduos que pertencem à denominada classe média, preocupados com a ascensão de pessoas da camadas mais pobres, justamente aquelas que sempre lhes serviram de tapete, fazendo o trabalho mais pesado que elas, ainda que quisessem, não teriam capacidade para realizar. Vendo ruir ao seu redor aquele mundinho vazio que eles criaram e vivem com seus happy hours, passeios no shopping, chazinhos filosóficos, idas à Disneylândia, consumismo desenfreado e inconseqüente, além de outras futilidades que lhes possibilitam as migalhas que lhes atiram os verdadeiros detentores do poder econômico que são as grandes corporações e instituições financeiras, começam a acalentar estas idéias idiotas. 

Somando-se a isso, religiões retrógradas que querem transformar tudo em pecado e pretensos juristas que querem criminalizar tudo aquilo que possa significar progresso no campo social ou dos costumes, sempre com o claro objetivo de aprisionarem a alma e o corpo destes seres em relação aos quais eles parecem nutrir um misto de ódio e de pavor. É que com o aumento da possibilidade de acesso à educação e às informações para um maior número de pessoas, eles ficam temerosos de que a luz do conhecimento ilumine o caminho desta grande parcela da população e acabe com a escuridão da ignorância dentro do qual eles sempre conseguiram se proliferar. Sim, porque ali está situado o terreno fértil para que se multipliquem e sobrevivam superstições e demagogias. 

Pois antes que estas pessoas continuem alimentando estes sentimentos rasteiros de um eventual retrocesso, com a experiência de quem já passou por um momento como esse com o qual eles estão sonhando, devo dizer a eles que se cuidem, pois o tiro sairá pela culatra. Sim, porque após o golpe de 1964, este câncer que vicejou no Brasil em meio a passeatas por deuses, família e propriedade, as principais vítimas foram justamente os filhos daquelas mesmas pessoas que participaram de tais movimentos. Na maioria, não foram os trabalhadores mais simples que se rebelaram contra a falta de democracia, pois para eles muito pouco mudou de suas situações eis que sempre viveram “debaixo do mau tempo” como se diz na gíria. Os que se insurgiram foram exatamente os jovens da classe média, aqueles que tinha à época maior acesso à educação e não se conformavam com a falta de liberdade que lhes foi imposta, principalmente pelo fato de que no resto do mundo havia um movimento de libertação em todos os campos das atividades humanas. Enquanto aqui dentro tudo se proibia, lá fora se gritava aos quatro ventos que era proibido proibir…” 

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