O editor reproduz, abaixo, artigo enviado por Bruno Wolf Bernardi, estudante de Direito do Centro Universitário Franciscano/Unifra. Confira:
“Ensaio sobre uma nova democracia
Cada vez mais, a cada notícia que sai no jornal, a cada reportagem que passa na televisão temos mais certeza de que o Brasil precisa aprimorar a sua democacria, sobretudo no núcleo político social. Mas antes de partir para ação, é necessário uma macroreflexão é respeito desse tema que possue caráter intrínseco de importância para o desenvolvimento não só do Brasil, mas de qualquer país.
O Brasil é considerado uma nova democracia, mas apesar de novo já possui vários problemas mal remendados. A principal preocupação do brasileiro com relação ao seu país, diz respeito á qualidade da democracia a qual ele está inserido. A primeira dúvida ramificada do tema é com relação ao império da lei, ou seja, se a lei é instituída de maneira igualitária para todos ou mais para uns do que para outros; Seguido disso, temos a questão da ampliação dos direitos de cidadania e da incorporação destes. Um exemplo claro é a disparidade que existe entre a quantidade de membros do sexo masculino representados no Congresso Nacional (por exemplo) e o sexo feminino, mesmo as mulheres sendo metade da população. Sem falar nos nossos irmãos afrodescendentes, que possuem um espaço ínfimo comparado ao que deveria ser, e é a partir de um problema como esse que a democracia começa a falhar.
Por fim, o que mais inquieta do brasileiro é com relação aos meios que este possui de controlar, fiscalizar e corrigir algum eventual (eventual?) erro feito pelos governantes. Ainda a título de complemento mútuo ao tema, uma pesquisa feita pelo Núcleo de Pesquisa de Políticas Públicas da USP – Universidade de São Paulo, mostra a desconfiança do cidadão brasileiro com relação às instituições. Em primeiro lugar permeia o Congresso Nacional seguidos dos partidos políticos. Aliás, creio que as grandes manifestações de junho e julho confirmaram de maneira bem clara e arrebatadora tal pesquisa.
Enfim, o Brasil é novo. Mas também é a prova de que nem tudo que é novo funciona como deveria. O intuito de uma democracia é dar voz ao povo, apoderá-lo, confortá-lo, acolhê-lo e tal ideia com raiz tão pura e profunda começa a perder seu objetivo diante das falhas de políticas públicas, direitos sociais e humanos. Problemas estes que o brasileiro luta dia-a-dia para vencer, não com ajuda, mas sozinho com o suor do prório rosto.”
Por Bruno Wolf Bernardi (Bacharelando em Direito pelo Centro Universitário Franciscano)
Um discurso básico com um toque de fascismo. parabéns.
Nada escrito que não tenha sido escrito antes. É o que Nelson Rodrigues chamava de óbvio ululante.
“Nova democracia” é um argumento para apaziguar os ânimos, para normalizar uma situação, para tornar as coisas como estão “normais”. “Não esquenta, é assim mesmo. Um dia a gente chega lá”.
O problema do país é que não se olha no espelho. Nada funciona direito e a culpa nunca é de ninguém. Os políticos vieram de marte. Ninguém vota pela “cara do sujeito” sem saber bem das propostas.
Os afrodescendentes estão subrepresentados? No RS são perto de 8% da população. Na Bahia devem ser mais. As mulheres estão subrepresentadas. E daí surge a idéia genial: vamos criar cotas na camara de deputados. Vamos consertar o mundo por decreto.
Muito Interessante a reflexão promovida pelo acadêmico Bruno Bernardi, uma vez que o tema democracia é tão caro a nossa sociedade. Necessário criarmos mecanismos e instrumentos efetivos e capazes de fiscalizar as atitudes e condutas tomadas pelos nossos governantes. Assim, cabe apoderar o povo no que diz respeito aos seus direitos mais básicos e fundamentais, de ferramentas potenciais na busca da resolução imediata, com o fim precípuo de extinguir conflitos e consolidar a nossa recente democracia.
Ótimo texto, excelente reflexão. É bom saber que existem seres pensantes que se importam com essas questões em meio a tanta mediocridade e hipocrisia. Parabéns, Bruno.