PRESSÃO. Familiares da Kiss voltam à frente do MP. Levam a sirene ‘da consciência’ e já pensam acampar

Os familiares das vítimas da tragédia de 27 de janeiro, reunidos em sua Associação e também em organizações como o Movimento do Luto à Luta e das Mulheres de Janeiro, não desistem de chamar a atenção do Ministério Público. Querem a revisão do posicionamento anterior, que livrou de imputação de crime de improbidade agentes públicos municipais, inclusive o prefeito.

Nesta terça, para além do silêncio (e das faixas e cartazes) da manifestação ANTERIOR, há exatamente uma semana, os familiares fizeram barulho. E foi de hora em hora, com uma sirene, batizada de “campainha da consciência”. E mais: já imaginam fortemente a possibilidade de dormir no local, como mostra a reportagem de Luiz Roese (texto e fotos), do jornal A Razão, que deve trazer o mesmo material em sua edição desta quarta-feira. Acompanhe:

“Começa vigília de familiares de vítimas em frente ao MP

Começou nesta terça-feira, em frente à sede do Ministério Público de Santa Maria, uma vigília de familiares de vítimas da tragédia da Boate Kiss. Cerca de 15 pessoas participam da manifestação, que quer a reabertura do inquérito civil por improbidade administrativa contra integrantes da prefeitura e a troca dos promotores que foram responsáveis pela primeira fase do caso.

Com faixas e cartazes, integrantes da Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM) e dos movimentos Santa Maria do Luto à Luta e das Mães de Janeiro também estão com um abaixo-assinado em mãos. Das 8h às 18h, eles estão no local pedindo o apoio da população. Os alvos principais do protesto são os promotores Maurício Trevisan e Ivanise Jann de Jesus, que, na primeira fase do inquérito civil, pediram o arquivamento em relação ao prefeito Cezar Schirmer (PMDB), aos secretários municipais e aos servidores da prefeitura.

Depois de novas evidências entregues por familiares de vítimas em Porto Alegre, a partir de dois inquéritos da Polícia Civil em andamento, o Conselho Superior do Ministério Público decidiu que o caso deveria ser reavaliado pelos promotores. Por isso, o inquérito retornou para Santa Maria.

Durante a vigília em frente ao MP, a cada hora cheia, é ligada uma sirene, que foi batizada pelos familiares de “campainha da consciência”. Nesta terça-feira, o protesto teve direito a um bolo de aniversário para Ligiane Righi da Silva, mãe de Andrielle Righi da Silva, que morreu na tragédia aos 22 anos.

A vigília segue nos próximos dias. Nesta quarta-feira, ao meio-dia, os familiares devem preparar um salsichão com pão no local. Não está descarta a possibilidade de alguns manifestantes dormirem em frente ao MP, em uma barraca. Ela já foi instalada nesta terça em uma espécie de “ensaio”.”

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