A louca esperança – por Vitor Hugo do Amaral Ferreira
Ao término de cada ano, invariavelmente, lembro-me do poema Esperança, de Mário Quintana. Inclusive, já me utilizei dele por aqui, e nos ditos do poeta… lá bem no alto do décimo segundo andar do ano, vive uma louca chamada Esperança; e ela pensa que quando todas as sirenas, todas as buzinas, todos os reco-recos tocarem. Atira-se. E, ó delicioso vôo! Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada, outra vez criança… E em torno dela indagará o povo: como é teu nome, meninazinha de olhos verdes? E ela lhes dirá (É preciso dizer-lhes tudo de novo!) Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam: O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA…
Quintana sabia das coisas e as expressava de forma única, o início de cada ano é investido de esperança, são minutos, segundos, que separam o velho do novo. Como se fosse possível, as amarguras ficam distantes, as desilusões se perdem, e no recomeço um novo tempo, ainda que seja tudo igual, certamente o ânimo não é o mesmo, investido de esperança alimentamos um novo ano, outras expectativas.
E assim disse o Mário, quem sabe um dia, quem sabe um seremos, quem sabe um viveremos… um dia, um mês, um ano, uma vida! Sentir primeiro, pensar depois; perdoar primeiro, julgar depois; amar primeiro, educar depois; esquecer primeiro, aprender depois; libertar primeiro, ensinar depois; alimentar primeiro, cantar depois; possuir primeiro, contemplar depois; agir primeiro, julgar depois; navegar primeiro, aportar depois… Viver primeiro, morrer depois. Venha 2014, a esperança lhe espera!
Vitor Hugo do Amaral Ferreira
facebook/vitorhugoaf
@Vitor Hugo do Amaral Ferreira
Fiquei, deveras emocionado, com suas colocações.
Muito Bom
Falo aos colegas, que toda à sexta-feira, as esperanças se renovam.
Temos à expectativa do fim-de-semana…que pode acontecer, isto mais aquilo.
Mesmo, por vezes, não acontecendo o todo, Ela sempre se renova..