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E AGORA? Mídia terá que enfrentar ‘mensalão tucano’

“…Agora o quadro não é tão diferente, embora os sinais pareçam todos invertidos. Onde o PT queria politizar o julgamento, o PSDB quer despolitizar o contexto do crime. Onde o PT procurou idolatrar os acusados como se fossem heróis da classe operária, o PSDB procura rifar os seus, como se nunca os tivesse visto mais gordos. Onde o PT enxergava um complô das elites para desestabilizar o presidente da República, o PSDB enxerga uma intercorrência policial aleatória, que não tem nada que ver com nada…”

As palavras acima são de Eugênio Bucci. Ele é jornalista, professor da Escola de Comunicação e Artes da USP e da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). Ele analisa o que poderá ser o comportamento da mídia em relação ao “mensalão tucano” – que deu origem ao procedimento julgado, pelo Supremo Tribunal Federal, como criminoso e com consequências objetivas para a vida de muita gente, especialmente militantes politicos.

E agora, como vai ser? Este editor reconhece ter discordâncias pontuais ao raciocínio de Bucci, exposto no artigo  originalmente publicado n’O Estado de São Paulo e reproduzido pelo Observatório da Imprensa, portal especializado em mídia. No entanto, até para estimular o debate, vale a pena conferir. A seguir:

Mensalão mineiro, um teste para a imprensa

Em 1985 o então presidente americano Ronald Reagan passou por uma intervenção cirúrgica que lhe arrancou um tumor de cólon. Indagado sobre a doença, ele respondeu alegremente: “Eu não tinha câncer. Alguma coisa em mim tinha câncer e essa coisa já foi removida”. Pelo quadro clínico da política brasileira em 2013, parece que o PSDB ensaia uma saída na mesma linha com relação ao julgamento do mensalão tucano (mensalão mineiro). “Mensalão, eu?”, arguirá o tal Partido da Social Democracia Brasileira, com litros de brilhantina a empinar-lhe o topete reluzente. “Eu não fiz mensalão nenhum. Alguma coisa em mim fez mensalão e essa coisa já foi extirpada.”

Se conseguirem retirar os réus das fileiras do partido, os tucanos terão confeccionado o penteado retórico com o qual tentarão afastar a sigla do tiroteio judicial que virá em 2014. Se a jogada der certo, o julgamento do mensalão tucano receberá no debate público o tratamento de um crime isolado, um erro isolado, um desvio de pessoas despreparadas. Sua história será despolitizada. Indivíduos serão punidos, sacrificados como párias. Assim, o partido ficará livre de qualquer suspeita e não será criticado na arena pública. Em resumo, se a tática reaganista for bem-sucedida, o mensalão tucano terá sido reduzido a um episódio puramente criminal, sem nexo algum com o hábito político e com a lógica partidária no Brasil. Do ponto de vista estritamente jurídico, isso não fará muita diferença (fará alguma, como já veremos, mas não muita). Já do ponto de vista político, teremos perdido mais uma oportunidade de entender melhor os meandros do submundo eleitoral que ainda dá as cartas no País…”

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3 Comentários

  1. Faltou dizer que Eugenio Bucci foi um dos fundadores do PT em SP. Foi o primeiro editor de uma revista da Fundação Perseu Abramo, também do PT.
    É mais pressão do que cobrança desinteressada.
    O processo foi desmembrado e a AP 536 só tem um réu que será julgado em BSB: Eduardo Brandão de Azeredo.
    Além disto, não se sabe o que irá acontecer concomitantemente com o julgamento. A mídia tem seus próprios problemas e só destaca o que dá mais audiência. Exemplo? Jango foi sepultado novamente. No dia do sorteio da copa e perto do falecimento de Mandela. Como foi a cobertura?

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