Um relatório a ser apresentado nos primeiros dias de janeiro provavelmente lance alguma luz sobre as duas questões apostas no título desta nota. É possível, até, que integrantes do Movimento Sem Terra o conteste. Bueno, mas isso não impedirá que se perceba a realidade. São tão raros os eventos ditos “radicais” promovidos pelo MST, que a sociedade sequer tem noção do último. Especialmente aqui no Rio Grande do Sul.
Mas, quais seriam as causas para essa óbvia regressão no movimento que, não faz tanto tempo assim, assombrava muita gente, especialmente no campo, e mais especialmente ainda entre os grandes proprietários de terra? Vale conferir, a respeito, reportagem (assinada por Tadeu Breda) originalmente publicada no portal Rede Brasil Atual (RBA). Acompanhe:
“Pleno emprego e Bolsa Família desmobilizam luta pela terra no Brasil, diz estudo
A conjuntura econômica favorável dos últimos anos, com baixos índices de desemprego, e os programas assistenciais do governo federal têm desestimulado os trabalhadores rurais brasileiros a embarcarem na luta pela reforma agrária. Essa é uma das principais conclusões do Relatório Dataluta 2012, que será publicado na próxima segunda-feira (6).
“Há disponibilidade de formas de aquisição de renda por meio do trabalho. Mesmo que não seja emprego formal, bem remunerado, há disponibilidade de trabalho no país. As pessoas passam a ter alternativas para obter pelo menos o mínimo. Isso desmobiliza a luta pela terra”, explica Eduardo Girardi, professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Presidente Prudente (SP) e um dos coordenadores do estudo.
Em entrevista à RBA, Girardi explica que a possibilidade de sobreviver, ainda que seja com o pouco dinheiro distribuído pelo Bolsa Família, é uma das principais responsáveis pela redução no número de ocupações de terras no país. Em 2012 foram registrados 253 episódios. É um número baixo, se comparado com os índices de 1999, quando houve 856 ocupações, mas demonstra crescimento se observarmos os números de 2010, com 184.
O baixo número de ocupações reflete no baixo número de novos assentamentos construídos no país em 2012: apenas 117. De acordo com o Relatório Dataluta, o auge da destinação de terras para a reforma agrária ocorreu em 2005, com 879 novos assentamentos. “Podemos afirmar que a partir de então tem havido um decréscimo constante no número”, explica Girardi. “O Estado faz assentamento mediante pressão dos movimentos sociais…”
PARA LER A ÍNTEGRA, CLIQUE AQUI.
Questão de opinião. Em fevereiro o ministro Gilberto Carvalho afirmou que muitos assentamentos viraram favelas rurais. Muitos dos que estavam acampados sabiam tanto de agricultura quanto o Delfim Neto, que não era de capinar sentado.
E, finalmente, o MST tem dissidencias. A de José Rainha promoveu diversas invasões ainda em novembro. Tiveram pouca cobertura da mídia.
Fica a pergunta: se o leitor tem que checar toda informação dada por jornalista, por que precisamos de jornalistas?