Do Dal Piva. Infidelidade não é dos políticos, mas dos partidos, diz ele. Que dá exemplos

Não concordo com tudo o que o Everson Dal Piva escreve. Nem mesmo com os elogios (pelos quais agradeço, sem qualquer sinal de modéstia, nesse caso) que ele confere ao repórter. Mas várias das questões que ele coloca, sobre a relação entre políticos, partidos e a sociedade, não há dúvida que fazem sentido.

Quer saber exatamente o que ele, que está há pouco tempo na boca do monte, pensa? Confira na correspondência eletrônica que recebi, e que reproduzo a seguir, na íntegra:

“Caro Claudemir Pereira,

Estou morando em Santa Maria desde janeiro de 2006 e foi a partir desta data que comecei a conhecer as tuas idéias. Gosto de escutar opiniões de pessoas de fora do eixo Rio-SP ou de Porto Alegre, sendo que nesta última cidade tem-se uma situação pior haja vista a concentração das midias e da formação de opinião. Acredito que com a expansão da Record (TV, jornal e revista) esta situação vá mudar.

Escrevo pelo seguinte motivo. Sempre fui a favor da fidelidade partidária. Sou brizolista e acompanhava a briga judicial do PDT sempre que um candidato saía do partido. Mas, analisando a situação que temos hoje (oposição X governo, no âmbito federal e estadual) e lendo uma opinião do cientista politico Wanderley Guilherme dos Santos (na revista Caros Amigos de setembro) me fez pensar um pouco diferente. Não são os políticos que sao infiéis, mas sim os partidos… Eu não sou analista politico, mas ao meu ver, o PDT é fiel a sua bandeira (que é a educação), o governo Olívio foi fiel ao PT, mas o restante dos partidos, governos e oposições não são fiéis. Se não me engano, a CPMF foi criada por FHC (PSDB-PFL) com oposição de PT, mas agora está o PT querendo a prorrogação e o PSDB-DM querendo a extinção…  O que foram o PTB e PMDB no governo FHC? e de que lado estão hoje? Isso vale para o PDT gaúcho também.
O Sr. não concorda? Ate mais.

(a) Everson Dal Piva”